domingo, 27 de março de 2011

Mobilização pela Jornada Nacional de lutas da UNE e UBES, estudantes piauienses realizaram grande ato na manhã desta quarta (23/03)

Durante toda a caminhada, que parou o Centro da cidade os estudantes gritaram palavras de ordem e pediram melhorias para a educação do estado

Concentrados na Praça da Liberdade, cerca de 1.000 estudantes piauienses realizaram uma passeata na Avenida Frei Serafim no Centro de Teresina, e seguiram em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Piauí - ALEPI. O ato público é parte da Jornada Nacional de Lutas convocada nacionalmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), para essa semana do dia 21 a 25 de março com o tema "A Educação tem que ser 10" cobrando mais investimentos para a educação brasileira.


Durante toda a caminhada, que parou o Centro da cidade os estudantes gritaram palavras de ordem o pediram melhorias para a educação do estado. Na Assembleia Legislativa, os estudantes realizaram um Ato e protestos para reivindicar aos Deputados Estaduais maiss investimentos na educação piauiense. Na ALEPI os estudantes foram recebidos pelo Dep. Evaldo Gomes que se comprometeu a apresentar um projeto criando a Frente Parlamentar pela Educação e a convocar os demais deputados estaduais e federais na luta por mais investimentos na educação e apoio para derrubada dos vetos aos projetos que destina 50% do fundo social do pré-sal para educação e divisão igual aos estados do royalties do pré-sal.

De acordo com Cássio Borges, Diretor de Planejamento do Diretório Central dos Estudantes da UFPI, “o governo federal vem mostrando que tem a pretensão de aumentar os investimentos na educação de 5% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Nossa luta pelos 10% só começou, pois na proposta do governo ainda é pouco investimento”.

Entre outras bandeiras de lutas os estudantes pediram o fim do jubilamento de estudantes nas Instituições Públicas de Ensino Superior (recentemente a Universidade Federal do Piauí – UFPI expulsou mais de 2 mil estudantes),  pela melhoria do transporte público e pela divisão igual dos royalties do pré-sal para os estados, bem como melhorias para a Universidade Estadual do Piauí, que está sem condições de funcionamento em todos os campi.
Participaram da organização do movimento as entidades nacionais UNE, UBES, ANPG em conjunto com o movimento estudantil estadual os DCE's  da UFPI, IFPI, FSA, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas - UMES, o Centro Colegial dos Estudantes Secundaristas - CCEP, grêmios estudantis como o do Colégio Agrícola de Teresina, do LICEU e do IFPI e ainda as entidades de juventude União da Juventude Socialista - UJS, Legião da Vanguarda de Juventudes - LVJ, Juventude Socialista Brasileira - JSB, Juventude do Partido Trabalhista Brasileiro - JPTB, Brava Gente e Instituo Gandhi.

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Gardiê Silveira
Coordenador do Cuca da UNE no PI
Coordenador de Cultura do DCE/UFPI
Membro da Direção Estadual da UJS-PI
Conselheiro Tutelar


domingo, 20 de março de 2011

Grande ato no dia 23/03 marcará a semana da Jornada Nacional de Lutas da UNE e UBES em Teresina-PI


No Piauí as entidades estudantis encabeçadas pelo DCE/UFPI realizarão grande ato, que terá concentração na Praça da Liberdade em Teresina e caminhada até a Assembléia Legislativa do Piauí no dia 23 de março às 8 horas da manhã.
 
Como forma de mobilizar e chamar a atenção da sociedade, os estudantes realizarão manifestações em todo o Brasil entre os dias 21 e 25 de março. Trata-se da tradicional jornada nacional de lutas, que acontece anualmente. Os estudantes do ensino básico e superior estarão mobilizados reivindicando melhorias para a educação brasileira, através das suas entidade representativas: União nacional dos Estudantes – UNE, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES e Associação Nacional de Pós-Graduandos – ANPG.

No Piauí as entidades estudantis encabeçadas pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí – DCE/UFPI, União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES, Centro Colegial dos Estudantes Piauienses – CCEP, Diretório central dos Estudantes do Instituto Federal de Educação, DCE’s de Faculdades Particulares e Grêmios Estudantis realizarão diversas atividades nas instituições de ensino e culminará com um grande ato, que terá concentração às 8 horas da manhã do dia 23 de março na Praça da Liberdade em Teresina e caminhada até a Assembléia Legislativa do Piauí.

Na pauta de reivindicações locais o movimento estudantil traz: a melhoria do transporte coletivo que faz linhas para a UFPI, contra o processo de jubilamento na UFPI, pela reestruturação das escolas públicas e contratação de mais professores, contra o veto da presidência da república sobre a distribuição dos royalties do pré-sal entre os estados.

Cássio Borges, vice presidente regional da UNE PI/MA, nos diz que "a Jornada Nacional de Lutas do movimento estudantil nacional deverá mobilizar estudantes de todo o Brasil, e o Piauí não ficaria de fora dessa luta, os estudantes estão preparados para parar o Centro de Teresina com suas reivindicações."

Nos últimos anos os estudantes participaram ativamente de todas as etapas da Conferência Nacional de Educação – CONAE, e foram responsáveis por construir importantes consensos e vitórias para a educação brasileira. Em dezembro do ano passado o governo apresentou a sua proposta para o Plano Nacional de Educação – PNE 2011/2020, constando avanços e recuos em relação ao documento aprovado na CONAE.

O movimento estudantil sairá às ruas de todo o Brasil para garantir entre diversas pautas a aprovação de 10% do PIB para a educação, 50% do fundo social do pré-sal para a educação e por um PNE a serviço do Brasil.

Sugestão para entrevista: Cássio Borges - Vice-Coordenador da UNE PI/MA.

Gardiê Silveira
Coordenador do Cuca da UNE no PI
Coordenador de Cultura do DCE/UFPI
Membro da Direção Estadual da UJS-PI
Conselheiro Tutelar


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Renato Rabelo: “Estão plantando denúncias para atingir o PCdoB”

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, esteve em Brasília nesta quarta-feira (23) e, entre os assuntos que marcaram sua agenda na capital federal, esteve a série de reportagens publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, que acusa o PCdoB de se beneficiar financeiramente do programa Segundo Tempo, mantido pelo Ministério do Esporte, pasta comandada pelo comunista Orlando Silva.
 
Em entrevista ao Vermelho, Rabelo reafirma o conteúdo da nota emitida pelo PCdoB na segunda-feira (21), negando de forma veemente o suposto beneficiamento e acusa o jornal de travestir de notícia acusações sem fundamento que são plantadas propositalmente para atingir o partido e tentar criar um desentendimento entre os comunistas e o governo.

Ele ainda refuta a informação de que o partido está sendo "enquadrado" pelo governo por causa de um suposto "apetite" por cargos. "Quem conhece o PCdoB sabe que isso não é do nosso feitio", afirma o dirigente comunista. Rabelo também diz que a relação do PCdoB com o governo é excelente e não há qualquer tipo de pressão de nenhuma das partes. 

Veja, abaixo, a íntegra da entrevista:

Vermelho: O Estadão parece que está numa cruzada particular contra o PCdoB. Todo dia publica supostas denúncias envolvendo o Ministério do Esporte e ataques ao Partido. Você saberia dizer qual a motivação do jornal para isso?
 
Renato Rabelo: Primeiro, o Estadão está dando uma dimensão muito grande a isso que eles chamam de denúncias contra o PCdoB. Antes se tentava sempre encontrar irregularidades no programa Segundo Tempo, isso é recorrente, mas agora eles vão além e tentam envolver o PCdoB em supostas irregularidades, acusando o partido de usar este programa do Ministério como instrumento para obter dividendos eleitorais e até como meio de financiamento partidário. Essa é uma acusação séria, a qual respondemos, inclusive apontando que se trata de uma acusação criminosa. Merece de nossa parte até mesmo medidas judiciais contra o jornal e quem sustenta esta calúnia e estamos estudando esta possibilidade. E é bom frisar que estas coisas não acontecem por acaso. Já vamos para o quarto dia de denúncias, sendo que a primeira delas ocupou a manchete principal do jornal na edição de domingo. Por que gastar tanta tinta e tanto esforço jornalístico em cima de denúncias absolutamente frágeis, sem nenhuma comprovação? A nossa conclusão é que tem gente grande interessada em nos atingir.

Vermelho: O grau de detalhes das reportagens --ainda que sejam manipuladas para dar um ar de gravidade às denúncias-- sugerem que há alguém que conhece bem o ministério e o partido passando informações ao jornal. O Partido sabe quem pode estar por trás disso?
 
Renato: Não, porque muitas questões que eles levantam são questões públicas e pessoas que eles chegam até elas e interrogam fazendo um trabalho do tipo policial. O ministério tem dado resposta a estes casos levantados, esclarecendo cada um deles. Mas o jornal insiste na tentativa de acusar a qualquer preço o partido. Chama atenção o fato de que ao se examinar todas as matérias publicadas se conclui que esta afirmação de que o PCdoB se beneficia dos recursos do Segundo Tempo é completamente arbitrária, feita para chegar a um obejtivo premeditado. Não há nada que sustente esta ilação.

Vermelho: O Partido avalia então que são acusações sem fundamento, já que não há nas reportagens nenhuma informação que justifique estas denúncias?

 
Renato: Exatamente. Não tem nada, nenhum fato, nenhuma evidência, nenhuma prova de que o partido se beneficie do programa ministerial como acusa o jornal. Então você veja a que nível que chega a manipulação no sentido de denegrir o partido. Fica evidente que se trata de uma matéria feita sob encomenda.

Vermelho: Os jornais alegam que a relação do PCdoB com o governo Dilma está estremecida. A jornalista Vera Rosa, do Estadão, chega a dizer que a presidente estaria usando as denúncias contra o Ministério "para enquadrar o PCdoB" e controlar o "apetite" do partido por cargos. Há alguma verdade nisso?
 
Renato: Eu estive conversando hoje com a jornalista Vera Rosa. Ela alega que estas afirmações partiram de fontes que ela não pode revelar mas que seriam fontes de dentro do próprio governo. Eu avalio que são mentiras. Primeiro porque nossa relação com o governo é a melhor possível. Em nenhum momento a presidente Dilma "enquadrou”o partido como afirma a matéria do Estadão. Ontem mesmo conversei com a presidente por telefone e ela sequer mencionou estas denúncias do jornal. Nem mencionou. Portanto não há nenhum enquadramento, isso é uma mentira. Além disso, conversando com o nosso ministro, Orlando Silva, ele disse também que da parte da Presidência não houve nenhuma iniciativa no sentido de orientar que o ministro devesse fazer isso ou aquilo, como é dito pelo jornal. Portanto, fica claro que tem alguém aí plantando notícias com o objetivo de nos incompatibilizar com o governo. Então você veja que tem fonte interessada em alimentar um desentendimento e atingir o Partido.

Vermelho: Seria uma fonte interessada em ocupar posições que hoje são ocupadas pelo partido?
 
Renato: Sim, podemos concluir desta maneira. Existe uma lógica que nos permite chegar a esta conclusão. Agora, a questão que se coloca sobre o suposto “apetite” do partido por cargos é de uma leviandade sem tamanho. Quem conhece minimamente o partido sabe que isso não é do feitio do PCdoB. Nós temos apresentado, nas instâncias onde tivemos responsabilidades de governo, um balanço de nossa atividade. Mostramos que nós contribuímos em todos os espaços para os quais fomos convidados a contribuir até agora. Como é o caso do Ministério do Esporte. Mostramos que nossa contribuição foi importante. O  ministério, que antes nem existia, passou a ser um órgão destacado. O Ministro Orlando é uma figura importante no meio esportivo. Ajudamos a solidificar o papel do esporte como política social no país, a trazer para o Brasil eventos importantes como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Portanto, é um ministério que alcançou grande dimensão. Nós achamos que isso é que é importante, participar onde achamos que podemos contribuir efetivamente. Agora temos clareza de que é o governo, é a presidente que vai julgar qual o papel que o PCdoB terá no governo. Então não tem nenhum sentido dizer que o PCdoB está correndo atrás de cargos. O que nos anima --e isso sempre ficou muito claro—é poder participar de um projeto coletivo de desenvolvimento do país.

Vermelho: O ministro Orlando Silva prometeu que será aberta uma sindicância para apurar as denúncias. Mas como você mesmo disse, as denúncias feitas até agora são todas frágeis, um amontoado de ilações e informações truncadas sem nenhum indício de desvio de recursos. O partido também acha que é preciso fazer uma sindicância?
 
Renato: Isso cabe ao Ministério, não cabe ao partido investigar questões como essa. Mas temos afirmado que em todas as questões que são levantadas o Ministério deve ter uma atitude sempre rigorosa e essa orientação sempre pautou a ação do Ministério. Mas repito: os jornais assacam contra o Ministério uma série de acusações que carecem de qualquer evidência. Muitas pessoas que leram as matérias vieram comentar comigo que as denúncias são absurdamente forçadas, coisa de encomenda. Acredito que a sindicância vai comprovar isso.

Da redação, Cláudio Gonzalez
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=148284&id_secao=1
23 de Fevereiro de 2011 - 22h10 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Novela tem final rubro-negro, e Fla confirma Ronaldinho até o fim de 2014

Bernardo Feital e Vinicius Castro*
No Rio de Janeiro e em Londrina (PR)
 
A novela demorou, foi sofrida, sem esperança de resposta positiva, mas tudo terminou bem para o Flamengo. O clube reuniu esforços de última hora, venceu as concorrências e contratou o astro Ronaldinho Gaúcho, que assumirá a camisa 10 da Gávea com todas as condições de se tornar um dos grandes ídolos da história do rubro-negro. O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira, por meio do site oficial do clube, e o jogador será apresentado na quarta, mas o local ainda não foi definido.

O vínculo com o Flamengo será de quatro anos, até o fim de 2014, com o clube auxiliando Ronaldinho Gaúcho no projeto de disputar a Copa do Mundo no Brasil. No clube, uma parceria com a Traffic, empresa de marketing esportivo, foi formalizada para garantir ao craque salários de R$ 1 milhão somado aos lucros de cerca de R$ 800 mil mensais em contratos de imagem e ações de marketing. Inclusive, um projeto especial para a venda de produtos já foi idealizado e será colocado em prática.

"Hoje é um dia especial, muito especial em que o Flamengo tem o orgulho, alegria e satisfação de finalizar a contratação do Ronaldinho Gaúcho. Foi um trabalho realizado a varias mãos e queria agradecer a toda a minha diretoria pela condução do trabalho", disse a presidente Patrícia Amorim, em entrevista coletiva após o anúncio.
As desistências oficiais de Grêmio e Palmeiras já eram provas que o caminho estava aberto para o Flamengo e o capítulo final aconteceu nesta segunda-feira, quando o “martelo foi batido”.
O acordo, entretanto, começou a ser “costurado” desde a última sexta, após uma reunião da cúpula rubro-negra com Assis, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho, e no sábado, num encontro com o diretor do Milan, Adriano Galliani.

Aliás, o dirigente italiano, durante a coletiva promovida por Assis e Ronaldinho Gaúcho, na última quinta-feira, no Copacabana Palace, disse que seu coração já pedia para o jogador atuar pelo Flamengo.
Ronaldinho Gaúcho é um desejo da presidente Patricia Amorim desde quando a dirigente assumiu o comando do Flamengo. A primeira investida ocorreu no meio do ano passado, quando o Rubro-negro já tinha assegurado boa parte do projeto de marketing para contratar o jogador.

“O ano de 2010 foi complicado, difícil e nós devíamos essa alegria ao nosso torcedor. E a forma da torcida nos retribuir é comparecendo aos jogos e comprando produtos licenciados pelo clube”, salientou a presidente.

Em dezembro, o clube da Gávea voltou à carga, refez a proposta, aumentou o tempo de contrato e aguardou ansioso pela decisão de Assis e Ronaldinho. A espera compensou e, nesta segunda-feira, o Flamengo pode se orgulhar de ter em seu elenco o meia que por duas vezes foi eleito o melhor jogador do mundo.

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/01/10/novela-tem-final-rubro-negro-e-fla-confirma-ronaldinho-ate-o-fim-de-2014.jhtm
10/01/2011 - 23h25

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Osmar Júnior anuncia que será líder do PCdoB na Câmara dos Deputados

Deputado federal foi escolhido pelo partido para comandar a sigla nas decisões sobre a pauta da Casa.

O deputado federal Osmar Júnior (PCdoB/PI) anunciou na tarde desta quinta-feira (30) que será o líder do seu partido na Câmara. A eleição acontecerá no dia 1º de fevereiro de 2011, mas já houve entendimento da bancada em torno do seu nome, sem possibilidade de mudança. 


Câmara possui um colegiado de líderes que assessora a presidência da Casa para a pauta de votação. Esses deputados se reúnem todas as terças-feiras.

Segundo Osmar Júnior, a primeira pauta a ser discutida será a aprovação do salário mínimo de R$ 540 a ser aplicado para 2011. O tema seguinte poderá ser a reforma política.

O parlamentar informou a novidade ao chegar na igreja de Nossa Senhora das Dores, onde participa da missa pela posse do governador Wilson Martins (PSB). A solenidade religiosa é a primeira do dia na programação, que ainda conta com um culto ecumênico.


Yala Sena (flash da igreja de Nossa Senhora das Dores)
Fábio Lima (da Redação)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Nivaldo Santana: Os três anos da CTB

O Congresso de fundação da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) ocorreu há exatos três anos, entre os dias 12 e 14 de dezembro de 2007. O evento foi realizado no auditório do SESC Venda Nova, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Por Nivaldo Santana*, em seu blog

Nesse curto período de três anos, a estrela da CTB consegue brilhar com intensidade crescente no firmamento sindical brasileiro. Organizada em todos os estados e no Distrito Federal, a central é, segundo os critérios legais divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a terceira em representatividade sindical no país, superada apenas pela CUT e pela Força Sindical.

A CTB tem representação no sindicalismo urbano e rural, no setor público e privado. Defende um sindicalismo de classe, politizado, unitário, democrático e plural. Apoia o artigo 8º da Constituição que consagra a unicidade sindical e garante a sustentação material das entidades sindicais.

Desde a sua fundação, a CTB procura desenvolver, com independência e unidade, as lutas do sindicalismo brasileiro a partir de seu programa ancorado na defesa do desenvolvimento com valorização do trabalho. Grande êxito nesta direção foi a realização, em 1º de junho deste ano, no estádio do Pacaembu, da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, com cerca de 30 mil participantes.

Essa Conferência aprovou uma agenda para a classe trabalhadora, definindo os eixos sobre os quais devem se apoiar a luta sindical brasileira na atualidade. Essa agenda, pelo seu conteúdo e pela forma ampla e democrática com que foi discutida e aprovada, é um verdadeiro programa para o sindicalismo brasileiro por um largo período.

Participante ativa da última disputa eleitoral, que garantiu a terceira vitória das forças progressistas com a eleição de Dilma Rousseff para a presidência da República, a grande bandeira da CTB é buscar, em conjunto com as outras centrais sindicais, a viabilização dessa agenda dos trabalhadores.

De imediato, destaca-se a luta pela aprovação em lei da política permanente de valorização do salário mínimo, com a garantia de aumento real também em 2011, aprovação da PEC que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais, luta pelo pleno emprego, fim do fator previdenciário e legalização definitiva das centrais sindicais.

Filiada desde a fundação à Federação Sindical Mundial, a CTB tem tido importante participação nas articulações do sindicalismo internacional, com destaque para a realização exitosa de três Encontros Sindicais Nossa América, articulação plural do sindicalismo avançado das Américas.

Em sua última reunião, a direção nacional da CTB fez um balanço positivo dessa trajetória de três anos, apontando também problemas a serem superados. Um gargalo importante a ser enfrentado é o da estruturação das CTBs estaduais, que progressivamente devem se tornar o centro de gravidade da atuação da central.

Além disso, deve-se avançar na filiação de novas entidades, ampliar os esforços na área de formação e comunicação, aprimorar a sinergia entre as diferentes instâncias da Central e suas secretarias e potencializar a sua capacidade de mobilização.


Longa vida à CTB!
*vice-presidente da CTB e membro do Comitê Central do PCdoB


14 de Dezembro de 2010 - 18h23

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

De Fidel para a juventude: O império ianque entrou na etapa final

Em mensagem ao 17º Festival Mundial das Juventudes e dos Estudantes, que foi aberto nesta segunda-feira (13) na África do Sul, o líder da revolução Cubana, Fidel Castro, relembra as agressões do imperialismo estadunidense aos povos ao longo das últimas décadas, denuncia seus crimes atuais e, com aguda visão histórica, mostra que esta superpotência agressiva está em franco declínio.

 
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, esteve presente no ato de abertura do Festival, sediado este ano na cidade de Tshwane (Pretória). Zuma conclamou as novas gerações do mundo inteiro a lutarem por um mundo melhor e mais justo, com a verdadeira conquista de direitos elementares para os seres humanos.

Ao intervir na abertura do Festival, o chefe de Estado mencionou diversos males que afetam o planeta, "cuja solução deve ser encontrada o mais rápido possível". Entre os problemas globais estão a marginalização de muitos países, elemento utilizado como dominação pelos Estados Unidos, a rarefeita educação, a pobreza extrema, os raros cuidados às crianças e às mulheres, o acesso à saúde e o desemprego, segundo ele.

Assinalou que os jovens devem estar mais unidos ao redor do mundo e sugerir soluções práticas aos obstáculos pois as novas gerações merecem a oportunidade de dar um aporte ao desenvolvimento econômico e social de suas nações.

"Em meio à globalização, poucos países no mundo são donos de seus recursos", criticou Zuma, que também refletiu sobre a necessidade de fazer um uso sustentável do meio ambiente e obter a segurança agro-alimentar.

"Toda mudança constitui um desafio ao futuro e estamos prontos para que as vozes do mundo sejam ouvidas na África do Sul", ressaltou, após referir-se à contribuição que o Festival pode fornecer nesse sentido.

No ato de abertura, em que participaram mais de 20 mil pessoas, num ambiente de combatividade e emoção, com muita música e dança, falaram ao público diversas personalidades sul-africanas, como Kgalema Motlanthe, Winnie Madikizela-Mandela, Julius Malema e Jackie Selebi. Falaram também o presidente da FMJD, Tiago Vieira, e o secretário-geral, Jesus Moura, chefe da delegação cubana, que leu a mensagem de Fidel Castro.

Está presente uma delegação brasileira de cerca de 200 delegados representando a União da Juventude Socialista (UJS), as organizações juvenis do Partido Pátria Livre, PSB, PDT, PT e PMDB, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundáristas (Ubes).

Leia a seguir a íntegra da mensagem de Fidel
 
Companheiras e companheiros,

É para mim motivo de gratidão e uma honra atender a solicitação de transmitir-lhes uma mensagem por motivo do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes que tem lugar na pátria de Nelson Mandela, símbolo vivo da luta contra o odioso sistema do apartheid.

Cuba foi sede de dois festivais mundiais: o 11º, em 1978, e o 14º, em 1997.

Pela primeira vez o Festival deixava de se realizar na Europa para ser realizado num país deste hemisfério.

A decisão foi tomada pela 9ª Assembléia da Federação Mundial das Juventudes Democráticas que teve lugar em Varna, Bulgária, em finais de 1974.

Eram tempos diferentes: o mundo se defrontava com sérios problemas, mas menos dramáticos. Os jovens mais progressistas lutavam pelos direitos de todos os seres humanos a uma vida digna; o velho sonho dos maiores pensadores de nossa espécie quando era evidente que a ciência, a tecnologia, a produtividade do trabalho e o desenvolvimento da consciência o faziam possível.

Em um breve lapso de tempo a globalização se acelerou, as comunicações alcançaram níveis insuspeitados, os meios para promover a educação, a saúde e a cultura se multiplicaram. Nossos sonhos não eram infundados. Nesse espírito se realizou o 11º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, no qual nosso povo também participou.

No Conselho Geral da Federação Mundial das Juventudes Democráticas, celebrado precisamente na heróica África do Sul em princípios de outubro de 1995, se aprovou a realização em Havana do 14º Festival, no qual participaram mais de 12 mil delegados de 132 países. Nosso país estava então há quase 37 anos travando a batalha política e ideológica contra o império e seu brutal bloqueio econômico.

Até a década de1980 não só existiam a República Popular da China, a República Popular Democrática da Coreia, o Vietnã, o Laos e o Camboja, que tinham suportado guerras genocidas e os crimes dos ianques, mas também o campo socialista da Europa e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, um enorme Estado multinacional de 22 milhões 402 mil e 200 quilômetros quadrados, com enormes recursos de terra agrícola, bosques, petróleo, gás, minerais e outros. Em face da superpotência imperialista, com mais de 800 bases militares instaladas em todo o planeta, erguia-se a superpotência socialista.

A dissolução da União Soviética, fossem quais fossem os erros em um ou outro momento da história, constituiu um duro golpe ao movimento progressista do mundo.

Os ianques se movimentaram rapidamente e estenderam as bases militares e o uso de instalações construídas pela União Soviética para cercar mais etreitamente com sua máquina de guerra a Federação Russa, que ainda continua sendo uma grande potência.

O aventureirismo militar dos Estados Unidos e seus aliados da Otan se incrementou na Europa e na Ásia. Desencadearam a guerra do Kossovo e desintegraram a Sérvia.

No âmbito de nosso hemisfério, ainda antes da desintegração da União Soviética, invadiram em 1965 a República Dominicana; bombardearam e intervieram com forças mercenárias a Nicarágua; invadiram com suas tropas regulares Granada, Panamá e Haiti; promoveram sangrentos golpes militares no Chile, na Argentina e no Uruguai e deram apoio à brutal repressão de Stroessner no Paraguai.

Criaram a Escola das Américas, onde não só treinavam milhares de oficiais latino-americanos em conspirações e golpes de Estado, como também familiarizaram muitos com doutrinas de ódio e práticas sofisticadas de torturas, enquanto se apresentavam diante do mundo como paladinos dos “direitos humanos e da democracia”.

Na primeira década deste século, a superpotência imperialista parece transbordar de seu próprio leito.

Os sangrentos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, em que foram destruídas as Torres Gêmeas de Nova York – um episódio dramático no qual perderam a vida cerca de 3 mil pessoas – e o ataque posterior ao Pentágono, veio como anel ao dedo para o inescrupuloso aventureiro George W. Bush para instrumentalizar a chamada guerra contra o terror, que constitui, simplesmente, uma perigosa escalada na brutal política que os Estados Unidos vinham aplicando em nosso planeta.

Está mais do que demonstrada a vergonhosa cumplicidade dos países da Otan com tão condenável guerra. Essa organização bélica acaba de proclamar seu propósito de intervir em qualquer país do mundo em que considere que seus interesses, quer dizer, os dos Estados Unidos, estejam ameaçados.

O monopólio dos meios de informação de massa em mãos das grandes transnacionais capitalistas tem sido utilizado pelo imperialismo para semear mentiras, criar reflexos condicionados e desenvolver instintos egoístas.

Enquanto os jovens, os estudantes viajavam para a África do Sul para lutar por um mundo de paz, dignidade e justiça, na Grã Bretanha os estudantes universitários e seus professores travavam uma batalha campal contra os fornidos e bem equipados corpos repressivos que, sobre briosos cavalos, os atacavam. Poucas vezes e talvez nenhuma outra na história se viu um espetáculo semelhante da “democracia” capitalista. Os partidos neoliberais governantes exercendo seu papel de gendarme da oligarquia, traindo suas promessas eleitorais, aprovaram medidas no parlamento que elevavam a 14 mil dólares anuais o custo dos estudos universitários. O pior de tudo foi o descaro com que os parlamentares neoliberais afirmaram que o “mercado resolvia esse problema”. Somente os ricos tinham direito aos diplomas universitários.

Há poucos dias, o atual secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, ao comentar os segredos divulgados por WikiLeaks declarou: “O fato é que os governos tratam com os Estados Unidos porque interessa, não porque gostemos deles, não porque confiem em nós e não porque creiam que podemos guardar segredos. Alguns governos tratam conosco porque nos temem, alguns porque nos respeitam, a maioria porque necessita de nós. Ainda somos, como já se disse, a nação indispensável”.

Não poucas pessoas inteligentes e bem informadas abrigam a convicção de que o império ianque, como todos os que o precederam, entrou na etapa final e que os sinais são irrefutáveis.

Um artigo publicado no sítio de internet TomDispatch, traduzido do inglês pelo sítio Rebelion, expõe quatro hipóteses do provável curso dos acontecimentos nos Estados Unidos, e em todas elas a guerra mundial figura como uma das possibilidades, embora não se exclua que possa haver outra saída. Acrescenta que definitivamente esse país perderá seu papel dominante nas exportações globais de mercadorias e em menos de 15 anos perderia seu papel dominante na inovação tecnológica e a função privilegiada do dólar como moeda de reserva. Menciona que já este ano a China alcançou 12% da exportação mundial de mercadorias contra 11% dos Estados Unidos e aludiu à apresentação feita pelo ministro da Defesa da China no mês de outubro deste ano do supercomputador Tianhe-1A, tão poderoso que, como expressou um especialista estadunidense, ”liquida a máquina número 1 existente nos Estados Unidos”.

Ao chegar à África do Sul nossos compatriotas, entre as suas primeiras atividades, renderam merecido tributo aos combatentes internacionalistas que deram sua vida lutando pela África.

Há 12 anos no vizinho Haiti nossa missão médica presta seu serviço ao povo haitiano; hoje com a cooperação de médicos internacionalistas graduados na Elam – Escola Latino-Americana de Medicina. Ali lutam também pela África combatendo a epidemia do cólera, que é a doença da pobreza, para impedir que se estenda a esse continente, onde assim como na América Latina, há muita pobreza. Com a experiência adquirida, nossos médicos reduziram extraordinariamente a taxa de letalidade. Muito perto da África do Sul, no Zimbábue, em agosto de 2008, de “forma explosiva” eclodiu essa epidemia, segundo o diário “Herald” de Harare. Robert Mugabe acusou os governos dos Estados Unidos e da Grã Bretanha de introduzir a doença..

Como prova da total falta de escrúpulo ianque é necessário recordar que o governo dos Estados Unidos entregou armas nucleares ao regime do apartheid, que os racistas estiveram a ponto de usar contra as tropas cubanas e angolanas, que depois da vitória de Cuito Cuanavale avançavam em direção ao Sul, onde o comando cubano, suspeitando esse perigo, adotou as medidas e táticas pertinentes que lhe davam o domínio total do ar. Se tentassem usar tais armas, não teriam obtido a vitória. Mas é legítimo perguntar-se: Que teria ocorrido se os racistas sulafricanos tivessem utilizado as armas nucleares contra as forças de Cuba e Angola? Qual teria sido a reação internacional? Como teria sido possível justificar aquele ato de barbárie? Como teria reagido a União Soviética? São perguntas que devemos fazer.

Quando os racistas entregaram o governo a Nelson Mandela, não lhe disseram uma só palavra, nem o que fizeram com aquelas armas. A investigação e a denúncia de tais fatos seriam nestes instantes um grande serviço ao mundo. Exorto todos vocês, queridos compatriotas, a apresentar este tema no Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes

Pátria ou Morte!
Fidel Castro Ruz, 13 de dezembro de 2010, traduzido pelo Vermelho a partir do Cubadebate. 
 
 
Da redação, com informações dos membros da UJS direto de Pretória 
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=143647&id_secao=9
13 de Dezembro de 2010 - 19h24

 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

REFORMA ADMINISTRATIVA

Passada a eleição, agora o mundo político espera o resultado de uma reforma administrativa que antecede a indicação da equipe de governo do Governador Wilson Martins. Reformas administrativas são importantes e serão sempre necessárias. Elas acontecem porque as coisas mudam, como tudo na vida, o tempo todo. O que deve ocupar, então, a preocupação de todos é qual reforma administrativa está em curso. Quais seus propósitos? Qual sua identidade programática?

Com a vinda dessa grande crise do capitalismo o mundo entrou em pânico recente e experimentou inúmeras receitas. Uns países tiveram mais êxito e outros menos, e, nessa diferença entre países, algo extraordinário inexoravelmente se revelou: a completa insuficiência do receituário neoliberal, com suas medidas que privilegiaram o mercado e agora a retomada de uma concepção de Estado que não somente regule a economia, mas assegure a elevação das condições essenciais de existência humana. No caso do Brasil os indicadores positivos de crescimento e desenvolvimento aliados ao relativo vigor econômico com que o país vem atravessando a crise, revelam que as diversas iniciativas, capitaneadas pelo estado e toda a sua complexa máquina, são salutares e que a forma neoliberal de conduzir o país radicalizada da década de 90 – pautando a minimização do estado – é falha e perdeu qualquer viabilidade histórica. No caso do Piauí, o governo anterior administrou nessa onda de resgate do Estado, ampliando sua capacidade de assistir a população com políticas públicas em diferentes setores e inicia projetos estruturantes de grandes proporções econômicas e sociais. Isso também melhorou diversos indicadores locais, tanto é que o prestígio do último governo estadual viabilizou a eleição do sucessor sustentado num discurso de continuidade.

Dito isto, o que se deve esperar de uma reforma administrativa no Piauí dos dias atuais? Talvez três coisas formem o “tri-pé” de uma boa reforma administrativa.

Em primeiro lugar o estado deve atender mais e melhor o povo. Para tanto deve ter uma máquina administrativa a altura dos gigantescos desafios da atualidade. Assim, a mera extinção de órgãos em busca da eficiência é um equivoco. Muito ainda deve ser investido para que a administração do estado esteja mais perto do povo. Somente com uma máquina administrativa próxima a população pode agir com vigor e capilaridade para resolver as questões prioritárias da esfera pública. Alem de permitir que a máquina administrativa se dilate ao máximo com inteligencia e planejamento, a realização de concursos públicos é necessária, tendo em vista que setores, como a educação, se utilizam, por exemplo, de serviços temporários, contratando um grande contingente de profissionais na qualidade de substitutos, impossibilitando uma política de efetivação de quadros e qualificação dos servidores públicos.

Daí aparece uma segunda questão, relacionada diretamente ao coração da administração pública, os servidores. Parece estranho que no curso de uma reforma administrativa não se discuta as condições de trabalho dos servidores. Afinal de contas é aí a interface primeira entre o povo, o governo e a máquina administrativa. O novo governo deve pautar com urgência a discussão de planos de cargos e salários, promovendo e estimulando o servidor público, amadurecendo a experiência da Escola de Governo com um método de gestão que busque a construção de um ambiente sadio e producente de trabalho para os servidores públicos.

Finalmente, em terceiro lugar, deve destacar-se a democratização da gestão. É direito do povo orientar, fiscalizar e participar das ações do novo governo. Aproximar o povo da decisão é pedagógico, pois educa para o zelo pela coisa pública e, principalmente, para a cooperação com a gestão. Nesse campo realizar 'Conferências' em todas as áreas de políticas públicas, e a valorização dos Conselhos, garantindo as suas devidas estruturas e a livre participação da sociedade civil, são indicadores positivos. Mas ainda é necessário pensar que entre os próprios órgãos governamentais devem existir espaços executivos que incorporem particularidades e especificidades existentes no meio do próprio povo como é o exemplo do trabalho executado pela Secretaria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência(SEID) e pela

Coordenadoria Estadual dos Direitos Humanos e Juventude (CDHJ). Espaços próprios de atuação e gestão voltados para grupos historicamente marginalizados, neste caso específico, pessoas com deficiência, negros, mulheres, homossexuais e juventude, defendendo a implementação de políticas públicas que objetivam combater as desigualdades de oportunidades para tais segmentos.

Antes de concluir, deve-se ilustrar aqui o raciocínio em curso trazendo a tona dois casos importantes na dinâmica da reforma administrativa: um é o da possível extinção da CDHJ outra é a criação da Secretaria ou Coordenadoria Estadual de Juventude. A Coordenadoria de Direitos Humanos é uma instancia do governo que viabiliza uma identidade gigantesca entre povo e governo, pois traz para si a responsabilidade de pensar e agir sobre questões contemporâneas e imediatas como racismo, juventudes, gênero, diversidade e etc.

Para a realização de uma boa reforma administrativa, dever-se-ia no mínimo garantir a esta pasta uma maior robustez, através de mais recursos e quadros efetivos entre os recursos humanos. Essa Coordenadoria somente poderia ser extinta com a construção de outras coordenadorias ou secretarias para tantos quanto fossem necessários seguimentos assistir. No caso da Secretaria de Juventude, se criada, significará um passo adiante na concepção de gestão de governo para esse segmento da sociedade. Uma secretaria representa uma estrutura mais sólida e com base material favorável para, de fato, pensar e agir as políticas de juventude no Piauí. Criá-la significa, portanto, amadurecer enquanto gestão.

Certamente não se trata de um debate simples. Deve ser combatido o ranço neoliberal da década de 90, expresso no discurso cansado de que é preciso “enxugar a máquina” ou de que o estado “gasta demais”, alem de extemporâneo ele é incoerente com os propósitos do atual governador divulgados em campanha.


Por: Elton Arruda (professor e presidente da CTB no Piaui) e Cássio Borges (estudante de história e presidente da UJS no Piaui)







terça-feira, 23 de novembro de 2010

CTB-PI realiza seminário sobre habitação rural

Objetivando municiar os sindicalistas e as sindicalistas rurais para lutarem por moradia digna e projetos habitacionais para suas regiões, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Seção Piauí, realiza no dia 02 de dezembro, o Seminário sobre Habitação Rural.  

Presidente da CTB-PI, Elton Arruda

Desde 2008, a CTB luta em defesa dos trabalhadores e já conta com centenas de sindicatos rurais na sua base de filiados. O objetivo da entidade é organizar mais e melhor a classe trabalhadora rural e urbana para que possam conquistar cada vez mais condições melhores de trabalho e vida digna.

De acordo com Elton Arruda, presidente da CTB-PI, as perspectivas para o seminário e para as ações da CTB em 2011 são as melhores. "Os sindicalistas do Piauí precisam se apropriar mais das suas vitórias no que se refere as políticas públicas habitacionais. os programas habitacionais do governo federal reservam, inclusive, condições para que o sindicato protagonize a gestão de projetos desde a construção até a distribuição das casas. No campo o Problema da habitação ainda é grave,m 35% do defcite habitacional brasileiro está no Nordeste e, sabemos que boa parte desse público não mora nos grandes centros. Nós da CTB, vamos organizar e preparar os nossos sindicalistas para avançar bastante nesse campo em 2011", afirma.

Os trabalhos do seminário são organizados a partir da busca da compreensão do funcionamento dos programas federais que permitem ao próprio sindicato gerar o projeto habitacional e coordená-lo desde a sua concepção até a distribuição das casas, com recursos do governo federal, estadual e municipal. Participarão deste seminário como apresentadores da temática na parte da manhã, um representante da Caixa Econômica Federal e outro da Agencia de Desenvolvimento Habitacional – ADH, ambos falarão como o sindicato rural poderá fazer pra, ele mesmo, pleitear projetos habitacionais. Depois das falas dos palestrantes será aberta a oportunidade de fala para os participantes que tiverem dúvidas e opiniões sobre o assunto.

Confira a programação completa do seminário:

08h00min – Recepção dos participantes
08h30min – Abertura
09h00min – Intervenção do Sr. Nonato da Caixa Econômica
09h40min – Intervenção do Sr. Fofão da Agencia de Desenvolvimento Habitacional - ADH
10h20min – Intervalo
10h30min – Debate
12h00min – Almoço
13h40min – Intervenção do representante do INCRA
16h00min – Encerramento

23 de Novembro de 2010 - 13h07

sábado, 13 de novembro de 2010

Jefferson Tramontini: reacendem os velhos preconceitos

A terceira vitória popular consecutiva, ocorrida na eleição presidencial, se deu ainda com mais força que nas duas anteriores. Refletiu-se na eleição de governadores, bancadas estaduais, na Câmara e no Senado, com vitórias, muitas expressivas, de candidatos vinculados ao campo progressista e de esquerda.



Por Jefferson Tramontini*, no Blog Classista

Foram muitos os paradigmas quebrados, dentre os quais o mais visível foi a eleição da primeira mulher à Presidência da república. Também muitos foram os defuntos desenterrados no espectro político brasileiro. Conservadores e reacionários de todos os matizes ressurgiram com a campanha virulenta empreendida pela candidatura das elites. A odiosa campanha eleitoral demo-tucana despertou segmentos, absolutamente minoritários, porém barulhentos, que todos pensávamos jamais voltariam a aparecer.

O acirramento da luta política, tanto no meio institucional, quanto no meio do povo, é também fruto do novo período histórico que está se abrindo aos brasileiros.

Um aspecto dessa batalha se dá agora em discussões e manifestações, especialmente via internet, mas não só, de todo tipo de preconceito e ódio. A face que mais tem aparecido trata do “racismo” empreendido por alguns segmentos da elite e das camadas médias da sociedade, especialmente de São Paulo, contra o restante do Brasil, destacadamente contra os brasileiros da região Nordeste.

O caso da estudante Mayara é apenas a ponta do iceberg. O manifesto intitulado “São Paulo para os paulistas” é mais grave, mas também não é a única, pois pode ganhar adesões e repercussões, se a chamada grande imprensa começar a inflar, sorrateiramente, o tal movimento ou iniciativas semelhantes.

A visão exposta no “manifesto” é a síntese da visão da elite brasileira que, destacadamente no caso de São Paulo, ganha contornos separatistas. Não é de hoje que essa burguesia, sediada em solo paulista, pretende-se à parte do Brasil, como se melhores fossem, como se não dependessem do restante do país para sobreviver e manter sua própria dominação.

Destilam seu veneno, agora contra os migrantes, de todos os estados, com destaque para os que chegam do nordeste brasileiro. Por trás dessa falsa apresentação de defesa da cultura paulista esconde-se, na verdade, o mais rasteiro ódio de classe. Pretendem esses endinheirados devolver os membros das classes inferiores ao único lugar que a elite os reserva, as senzalas, mais ou menos disfarçadas. O preconceito reacendido, portanto, não passa de arma terrorista de ação política.

Pregam a todo instante que o trabalho dos paulistas sustenta a vadiagem do Brasil, como se somente existissem trabalhadores em São Paulo. Se colocam como vítimas, o que nunca foram, da falta de investimentos “brasileiros” em seu estado, como se São Paulo fosse o estado mais rico da federação graças, exclusivamente, ao esforço dos paulistas, e de sua elite. Nada mais falso.

São Paulo é o estado mais rico do país graças ao Brasil e ao trabalho de todos os brasileiros, incluindo aí os paulistas, obviamente. Pretender a existência de um povo paulista exclusivo beira a absoluta falta de razão. São Paulo, como todo o país, é fruto das mais diversas influências culturais, com mais ou menos presença de uma ou de outra em determinada região. São Paulo é o principal polo industrial brasileiro graças às sucessivas políticas industriais que concentraram investimentos em um único lugar, largando à míngua imensas regiões.

Será que São Paulo seria o que é sem o aço produzido em Minas Gerais? Seria o que é sem a energia elétrica produzida no Paraná? Seria o que é sem os grãos produzidos no Centro-Oeste? Seria o que é sem a força e a capacidade do trabalho de milhões de nordestinos que para lá foram em busca das oportunidades que o Brasil concentrou em território paulista?

Apenas um exemplo de que São Paulo é fruto das riquezas de todo o Brasil trata da tributação sobre a energia elétrica. Na Constituinte de 1988, o então deputado José Serra apresentou uma emenda que, apesar de sui generis, foi aprovada. Essa lei torna diferente de todas as demais a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a energia. Ao invés de ser arrecadado na produção, onde é vendida a eletricidade, o ICMS passou a ser cobrado no consumo, onde é comprada. Assim São Paulo, maior pólo consumidor, “surrupiou”, desde 1989, aproximadamente R$32 bilhões apenas do Paraná, maior pólo produtor, em impostos. Com certeza, esses valores, fizeram falta aos paranaenses e ajudaram muito os paulistas.

Claro que os casos paulistas ganham mais repercussão, mas não são os únicos, em todo o Brasil as armas elitistas são as mesmas.

As políticas desenvolvimentistas do governo Lula, das quais Dilma é herdeira legítima, se não são perfeitas, tiveram o grande mérito de planejar o país em seu conjunto. Essas políticas têm levado desenvolvimento, com recursos, a todas as regiões do país, sem exceção. Com isso, obviamente, para eliminar as seculares desigualdades, as regiões menos desenvolvidas têm tido crescimento mais acelerado.

E são essas políticas de desenvolvimento e distribuição de renda as responsáveis pela fantástica recuperação do Brasil diante da grave crise que ainda assola os EUA e a União Europeia, em especial. São essas políticas, distribuídas em todo o território nacional, que permitem ao Brasil ter, já em 2010, um vigoroso crescimento, mantendo essa perspectiva para o próximo período.

Cabe lembrar que mesmo em São Paulo Dilma obteve mais de 10,4 milhões de votos, ou 45,95% do total, menos de 2 milhões de votos de diferença em relação a Serra. Aproximadamente a mesma proporção de votos se deu nos estados sulistas. Portanto, é falso afirmar que São Paulo ou a região Sul rejeitam a presidente eleita ou o projeto político por ela representado.

A visão “racista” que permeia o “manifesto” e outras iniciativas recentes interessa apenas a um seleto grupo de pessoas. Atende aos interesses de uma pequena elite que se pretende proprietária do Brasil, assim relegando os demais ao abandono. É a volta do povo servil o que desejam esses pretensos iluminados.

O Brasil é o que é, com as capacidades que possui, com as perspectivas que tem pela frente, graças ao seu imenso território, à sua inigualável combinação de riquezas naturais e, principalmente, à força da diversidade cultural e do trabalho do conjunto de seu povo.

Queiram ou não os velhos privilegiados, o país e o povo brasileiro continuarão seu caminho de desenvolvimento e de prosperidade iniciado com a primeira vitória do povo, que elegeu Lula em 2002, pois já não aceita o comando dos que se julgam superiores, sem sê-lo.

A luta prossegue. Os campos devem ficar cada vez mais delineados e as batalhas mais encarniçadas. A organização e a melhoria das condições de vida do povo trabalhador são cruciais para a vitória sobre os velhos barões. O novo governo Dilma começa com mais força do que a que teve seu antecessor, porém, o outro lado ainda detém muita força e, mesmo francamente minoritário, é capaz de produzir muito estardalhaço.

Os desafios são grandes, mas o perseverante povo brasileiro é acostumado a superar desafios.


* Jefferson Tramontini é membro da Coordenação Nacional dos Bancários Classistas, ligada à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

13 de Novembro de 2010 - 12h27