sábado, 31 de julho de 2010

Serra cai, Dilma sobe e abre 5 pontos de vantagem no Ibope

Mais uma pesquisa eleitoral mostra a candidata Dilma Rousseff como a preferida do eleitorado. Contratado pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Ibope divulgou nesta sexta-feira (30) uma pesquisa que aponta Dilma com 39% das intenções de voto, contra 34% do candidato da oposição José Serra. Marina Silva, do PV, tem 7%. Segundo o Ibope, 12% do eleitorado ainda estão indecisos. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais.

Num possível segundo turno entre Dilma e o tucano, ela teria seis pontos de vantagem. A candidata é citada por 46% dos entrevistados, contra 40% do adversário. O Ibope realizou 2.506 entrevistas em 174 municípios de todo o País, entre os dias 26 e 29 de julho

No levantamento anterior do Ibope, Dilma e o candidato tucano estavam empatados com 36%. Marina tinha 8% das citações. A pesquisa também apontava empate entre os dois numa disputa de segundo turno, com 43%.

Serra tem a maior rejeição entre os presidenciáveis, com 24%. 19% dizem que não votariam na candidata Dilma e 13% dizem que não votariam em Marina.

Na semana passada, o Instituto Vox Populi já havia mostrado a preferência do eleitorado por Dilma. A candidata petista liderava com 41%, contra 33% do adversário. Dilma está à frente nas preferências de acordo com três institutos (Vox Populi, Sensus e Ibope) e empatada em apenas um (Datafolha).

O Ibope também divulgou a avaliação da população sobre o governo Lula. A pesquisa mostra que 77% dos entrevistados consideram a gestão petista ótima ou boa. Outros 18% disseram que o governo é regular. Só 4% consideraram o governo ruim, e 1% não respondeu.

Governadores

No Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral lidera as pesquisas em busca da sua reeleição. O peemedebista tem 58% das intenções de voto, contra 14% do deputado Fernando Gabeira (PV). Eduardo Serra, do PCB, é citado por 2% dos eleitores. A margem de erro é de três pontos percentuais.

O ex-ministro das Comunicações, o senador Hélio Costa (PMDB), lidera com folga a pesquisa em Minas Gerais. Ele tem 39% das intenções de voto, contra 21% do segundo colocado, o governador Antônio Anastasia (PSDB). Vanessa Portugal, do PSTU, é lembrada por 2% do eleitorado. Segundo o levantamento, 25% dos mineiros estão indecisos.

Comprovando seus altos índices de aprovação, o governador Eduardo Campos, do PSB, lidera as pesquisas com 60% das intenções de voto. O candidato de oposição a Campos e Dilma, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), está em segundo: 24%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. E 8% disseram estar indecisos.


30 de Julho de 2010 - 21h52

Dilma abre vantagem de 5 pontos sobre Serra, mostra Ibope.

SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT, Dilma Rousseff (PT), lidera a corrida presidencial com cinco pontos à frente de José Serra (PSDB), aponta nova pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira pela TV Globo.

De acordo com o levantamento, Dilma tem 39 por cento das intenções de voto, enquanto Serra aparece com 34 por cento. Marina Silva alcança 7 por cento.

(Reportagem de Carmen Munari)
http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=25051187
Por Reuters, reuters.com, Atualizado: 30/7/2010 20:52

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Campanha de Osmar Júnior ganha força no Piauí

O candidato à reeleição do PCdoB-PI para a Câmara Federal Osmar Júnior é cada vez mais um dos nomes aclamados pelo povo.

Em suas andanças pelo estado, o deputado tem escutado palavras de apoio, gratidão e manifestações explícitas de que a população quer o seu retorno à Câmara.

Nas últimas semanas, o candidato tem se dedicado à atividades políticas em cidades como Ipiranga, Parnaiba, Luis Correia, Cajueiro da Praia, Ilha Grande, Anísio de Abeu, Monsenhor Hipólito, Nossa Senhora de Nazaré e Piracuruca.

Na capital, as demonstrações de um eleitorado crescente também são visíveis durante visita aos bairros. Todos sempre lembrando de Dilma para a presidência, Wilson Martins para o governo e Osmar Júnior para deputado federal.

Osmar recebe apoio ainda por redes sociais, como o Facebook, onde mantém contato direto com os eleitores. Nos próximos dias, o sítio do candidato deve entrar no ar com informações constantemente atualizadas sobre a campanha.


Da redação local
28 de Julho de 2010 - 12h44

terça-feira, 27 de julho de 2010

Dino faz balanço de campanha e diz que população quer mudança

Quase vinte dias após o início da campanha para o governo do Estado, o candidato a governador do Maranhão Flávio Dino fez um balanço extremamente positivo da reação do povo maranhense à sua candidatura. Para Flávio Dino, a enorme receptividade da população em todos os município já visitados é um sinal de que a campanha segue no caminho certo e tem chances cada vez maiores de vitória.

“O povo do Maranhão já está cansado de se ver sempre atrás dos outros estados brasileiros, e de votar sempre nas mesmas pessoas e não verem a diferença. Precisamos mudar o Maranhão e as pessoas já sentem isso bem claramente. Elas querem a mudança”, disse Flávio Dino.

Desde o início da campanha, no dia 6 de julho, Flávio Dino já visitou 22 cidades, incluindo grandes colégios eleitorais do estado, como Imperatriz, Caxias e Timon. Em todas elas, foi recebido pela população com acenos, aplausos e abraços, de lideranças políticas, integrantes de movimentos sociais e da população em geral. Em Caxias, Imperatriz, São Luís e Timon, participou de carreatas, que reuniram verdadeiras multidões.

A candidata a vice-governadora, Miosótis Lúcio, destaca que essas adesões tem sido voluntárias. “Vem os amigos, os apoiadores e, principalmente, o povo que não tem filiação político-partidária, mas que quer ver e conversar com o Flávio. As pessoas estão interessadas em ouvir o que ele tem a dizer e quais as propostas dele para o governo. É uma campanha que está se espalhando por todos os cantos do Maranhão. Uma campanha que já é grande e que vai crescer mais ainda”, avaliou Miosótis.

Para a candidata a vice –governadora, essas adesões voluntárias são mais um sinal da força e do fôlego da campanha da coligação “Muda Maranhão”. “Eu sonho com o dia em que os filhos dos nossos filhos vão olhar para trás e lembrar desse período de um Maranhão subdesenvolvido como algo muito distante, pertencente ao passado. E eu tenho certeza que o Maranhão inteiro tem esse mesmo sonho”, disse.

Propostas e apoio

Nas cidades que tem visitado, Flávio Dino também tem levantado entre a população discussões sobre o seu programa de governo. “Queremos fazer uma campanha limpa, pautada na discussão de propostas que possam beneficiar verdadeiramente o povo do Maranhão. Quem faz campanha baseado em calúnias é porque não tem discurso e nem propostas consistentes”, disse o candidato.

Flávio Dino afirmou ainda que honestidade será um dos pilares do seu governo. “Não roubarei, não deixarei roubar, não empregarei parentes. Prometo um choque de honestidade no Maranhão no meu governo”, afirmou o candidato que também é deputado federal e, no ano passado, recebeu do Congresso em Foco o prêmio como um dos deputados brasileiros que mais se destacou no combate à corrupção.

Lideranças partidárias do Maranhão também declaram abertamente o apoio a Flávio Dino. O prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, disse que Flávio Dino é a melhor opção para o Maranhão. “Nâo podemos mais conviver com o atraso que aí está. Flávio Dino já mostrou várias vezes o quanto é dedicado e o quanto pode trabalhar pelo Maranhão. Ele merece a oportunidade de ser governador. Como deputado federal, ele nunca decepcionou um caxiense. Como governador, ele nunca decepcionará nenhum maranhense”, disse Humberto Coutinho.

A Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema) também oficializou, na última semana, o apoio a Flávio Dino. Chico Sales, presidente da entidade, disse que Flávio Dino é a melhor opção para o povo maranhense por causa da sua identificação com os movimentos sociais. “Ele tem uma boa proposta, até pela sua experiência de vida, que sempre foi ligada aos movimentos de trabalhadores” relembrou.

Fonte: http://www.flaviodino.com.br/
26 de Julho de 2010 - 11h32

domingo, 25 de julho de 2010

Diferença de metodologia explica diferença nos números?

Institutos de pesquisa diferentes podem realizar um mesmo trabalho recorrendo a metodologias distintas. É o que acontece, por exemplo, nos levantamentos eleitorais.

Por Jose Roberto de Toledo, no iG

Tanto o Instituto Vox Populi quanto o Instituto paulista Datafolha fazem entrevistas, milhares de entrevistas, para aferir a opinião do eleitor. Acontece que os dois institutos possuem metodologias distintas para realizar levantamentos sobre intenção de voto. Isso explica eventuais variações no resultados de amostras coletadas ao longo das eleições.

Uma das principais diferenças está na “busca” pelos entrevistados. O Datafolha, por exemplo, faz a abordagem nas ruas por entender que não há como ter acesso completo a residências em determinados locais, como edifícios e favelas.

Ou seja, seus pesquisadores realizam as entrevistas sem ter meios de comprovar exatamente onde as pessoas moram.

Já as entrevistas do Vox Populi são pessoais e domiciliares. Os principais institutos brasileiros não aceitam pesquisas por telefone.

O desenho da amostra também varia conforme os institutos. Para montar o universo a ser pesquisado, o Datafolha utiliza informações sobre eleitores obtidas do Tribunal Superior Eleitoral e dados sobre sexo e faixa etária com base no IBGE.

O Datafolha não leva em conta, porém, dados sobre escolaridade ou renda familiar mensal. Já o Vox Populi usa dados censitários do IBGE e realiza um roteiro aleatório para escolha dos domicílios.

O Ibope, por sua vez, seleciona probabilisticamente os municípios e leva em conta variáveis como sexo, idade, grau de escolaridade e dependência econômica.

A ordem das perguntas também distingue a forma como os entrevistados são abordados. Por entender que a ordem pode influenciar as respostas, o Datafolha não faz perguntas que estimulem nomes de candidatos, partidos ou avaliações de governo antes das questões sobre em quem o eleitor pretende votar.

Já outros institutos têm como método técnicas para "esquentar" o entrevistado — caso do Ibope, que faz as chamadas perguntas "quebra-gelo" para introduzir o entrevistado ao assunto (no caso, as eleições).

Há empresas que optam em perguntar sobre a situação do país antes de aplicar os questionários da pesquisa. É comum entre institutos perguntas referente ao grau de conhecimento sobre os candidatos citados nos formulários.

O tamanho da amostra também varia entre institutos. O Datafolha considera não haver um tamanho ideal de amostra — e utiliza, para pesquisas nacionais, amostras superiores a 2.500 entrevistas e sempre margem de erro de 2%, No últimos levantamento feito pelo Vox Populi, que apontou Dilma Rousseff (PT) à frente do candidato José Serra (PSDB) na disputa presidencial (41% a 33%), foram ouvidas 3.000 pessoas, e a margem de erro foi de 1,8% para mais ou para menos — quanto maior a amostra, menor a margem de erro.

Vale lembrar também que institutos como o Vox Populi costumam ouvir eleitores que moram na zona rural , ao contrário de outras empresas, que atuam somente nas zonas urbanas. Isso também pode explicar possíveis diferenças entre sondagens.


Fonte: Portal iG
25 de Julho de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vox Populi: Serra cai, Dilma sobe e abre 8 pontos de vantagem

Pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi e divulgada nesta sexta-feira pelo Jornal da Band mostra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, com 41% das intenções de voto, contra 33% de José Serra (PSDB) e 8% de Marina Silva (PV). Num eventual segundo turno, a petista venceria o ex-governador de São Paulo por 46% a 38%.


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, abriu oito pontos de diferença sobre José Serra (PSDB) e chegou a 41% das intenções de voto segundo pesquisa Vox Populi/Band/iG divulgada na noite desta sexta-feira.

O ex-governador de São Paulo aparece com 33% da preferência do eleitorado. Marina Silva (PV) tem 8%. A margem de erro é de 1,8 pontos para mais ou para menos.

Os votos brancos e nulos somam 4% e 13% dos entrevistados estão indecisos.

Em 29 de junho, a diferença entre Dilma e Serra, segundo o Vox Populi, era de cinco pontos (40% a 35%). Marina continuava com os mesmos 8% de agora. Brancos e nulos somavam 5% e os indecisos 11%.


Em um eventual segundo turno, Dilma vence Serra por 46% a 38%, repetindo os números de junho.

Na pesquisa espontânea, na qual os eleitores dizem em quem pretendem votar sem ver o nome dos candidatos, a petista tem 28%; o tucano, 21% e a verde, 4%.

Mesmo não sendo candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com 4% e o candidato indicado por ele com 1%.

Embora 33% tenham afirmado que votariam com certeza no candidato indicado por Lula e outros 31% que poderiam votar, dependendo do candidato, a maior parte dos entrevistados não vê riscos à continuidade dos programas do governo, seja quem for o próximo presidente.

De acordo com a pesquisa, 36% acreditam que qualquer candidato manteria os programas com a mesma prioridade, 34% pensam que só Dilma Rpusseff manteriam as políticas de Lula e 14% disseram que José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) dariam continuidade mas com menos prioridade do que a petista.

Dilma ainda não é identificada como a candidata de Lula por 18% dos entrevistados. Destes, 2% disseram que o candidato de Lula é Serra.


Dilma já lidera entre as mulheres

A petista lidera tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Ela tem 43% das intenções do eleitorado masculino contra 34% de Serra e 7% de Marina. No eleitorado feminino, Dilma tem 38%, Serra 32% e Marina 9%. A ex-ministra é a preferida em todas as faixas e níveis de ensino.

Quanto à renda familiar, Serra está na frente, dentro da margem de erro, entre os que ganham mais de cinco salários mínimos com 37% a 36% de Dilma e 11% de Marina. A petista tem o menor índice de rejeição, 17%, contra 24% de Serra e 20% da senadora do PV.


Regiões: empate técnico no Sudeste

Dilma tem seu melhor desempenho no Nordeste do país, onde ela alcança 54% dos votos. Serra, que tem intensificado a campanha nessa região desde o início da oficialização da candidatura, tem 24%.

No Sul, a ex-ministra do governo Lula ainda está atrás do tucano. Serra aparece com 39% dos votos contra 35% da petista.

No Sudeste, onde o PSDB governa há 16 anos, Serra fica com 36% da preferência dos eleitores enquanto Dilma tem 34%.

Marina tem 5% no Nordeste, 7% no Sul e 10 no Sudeste.


Rejeição

O candidato do PSDB continua com o maior índice de rejeição, 24%. Dilma fica com 17% e Marina com 20%.

Por outro lado, Serra é mais conhecido pelos eleitores. 73% responderam conhecer bem ou ter alguma informação sobre o candidato. Nessa pergunta, Dilma foi lembrada por 63% dos entrevistados.

Lula tem aprovação de 78%

Faltando seis meses para o término de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua com aprovação positiva de 78% dos eleitores. É o mesmo índice da pesquisa anterior, divulgada no dia 29 de junho.

Segundo o Vox Populi, 29% consideram o governo Lula ótimo, 49% bom. 14% regular positico, 4% regular negativo, 2% ruim e 1% péssimo. A exemplo de pesquisas anteriores, a aprovação de Lula atinge o ápice no Nordeste, onde ele tem 88% de avaliação positiva, 13% regular e só 1% ruim. O pior desempenho de Lula é na região Sul, com 71% de aprovação positiva.

A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos. O instituto entrevistou 3.000 eleitores entre os dias 17 e 20 de julho. A pesquisa, encomendada pelo IG e pela Bandeirantes, foi registrada no TSE com o número 19920/2010.


Com agências
23 de Julho de 2010 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Aliados de Dilma nos estados lideram pesquisas de julho

Desde que a campanha eleitoral iniciou-se oficialmente, no último dia 6 de julho, nenhuma pesquisa de intenção de voto para presidente foi divulgada. Mas oito pesquisas estaduais foram. Nelas, candidatos da base de apoio ao governo Lula lideram em sete dos oito estados em que as pesquisas foram realizadas. A única exceção é o Distrito Federal, onde o aliado de José Serra, Joaquim Roriz (PSC), ainda mantém a dianteira..

Nos demais estados que tiveram pesquisas divulgadas (RS, ES, CE, SC, AC, MG e PE), os candidatos que pertencem a partidos aliados do governo Lula e que na sua maioria apoiam a candidatura de Dilma Rousseff à presidência lideram nas intenções de voto. No AC, PE, ES e CE os candidatos dilmistas podem vencer no primeiro turno. Em MG e RS, aliados de Dilma lideram (o peemedebista Hélio Costa, em Minas; e o petista Tarso Genro, no Rio Grande do Sul), mas deve haver segundo turno nestes estados. Em Santa Catarina, a candidata que lidera a disputa pelo governo estadual, Angela Amin, mantém-se neutra na corrida presidencial, mas seu partido, o PP, apoia Dilma informalmente.

O eleitor brasileiro, historicamente, costuma diferenciar as candidaturas estaduais e federal. O voto num candidato de determinado partido para o governo estadual nem sempre influencia a opção do eleitor para a presidência. Prova disso é o Acre, onde o candidato petista ao governo, Tião Viana, lidera com 63% dos votos, mas a também petista Dilma Rousseff está em terceiro na disputa presidencial, com 16% das intenções de voto dos eleitores acrianos. Porém, é preciso considerar que até 3 de outubro há muita campanha para acontecer e os programas de TV dos candidatos terão grande impacto na decisão do eleitorado, quando ficar mais claro para os eleitores a que grupos políticos e a quais projetos cada candidato está vinculado.

Veja abaixo um resumo das pesquisas estaduais divulgadas no mês de julho:


ACRE

O candidato do PT, Tião Viana, lidera a disputa pelo Governo do Estado com 63% das intenções de voto. Venceria facilmente no primeiro turno. O segundo colocado é o candidato do PSDB, Tião Bocalom, com 18%. Gouveia (Tijolinho), que disputa a eleição pelo PRTB, aparece com 2%. Os votos brancos e nulos totalizam 4%. Eleitores indecisos são 13%. A pesquisa é do instituto Ibope e foi realizada entre os dias 12 e 14 de julho de 2010.

Na disputa presidencial, um quadro diferenciado em relação à realidade nacional: José Serra (PSDB), aparece na frente com 39%. A candidata do PV, Marina Silva, que é do Acre, é a segunda colocada nas intenções de voto, com 29%, enquanto a petista Dilma Roussef tem 16%.

Para o Senado, Jorge Viana (PT) lidera disparado com 67% das intenções de voto. Em patamar inferior, Petecão (PMN) aparece em segundo lugar, com 31%, seguido por Edvaldo Magalhães, do PCdoB, com 27%. O peemedebista João Correia tem 11% das intenções de voto para o Senado.

Eleitores indecisos totalizam 26%. Votos em branco ou eleitores que declaram intenção de anular voto somam 5%.


CEARÁ

Pesquisa Datafolha realizada no Ceará aponta um franco favoritismo do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição. Irmão de Ciro Gomes, Cid emerge na pesquisa com 47% das intenções de voto. Os dados encontram-se publicados na edição desta segunda-feira (19) do diário O Povo. O segundo colocado é o ex-tucano Lúcio Alcântara, hoje no PR. Ele obteve 26%. Bem atrás, na terceira colocação, surge Marcos Cals (PSDB), com 7%.

Há outros quatro postulantes ao governo cearense. Francisco Gonzaga (PSTU) atingiu 2%. Soraya Tupinambá (PSOL), 1%. Marcelo Silva (PV) e Maria da Natividade (PCB) obtiveram pontuações abaixo de 1%.

O Datafolha não divulgou resultados para a disputa presidencial e ao Senado no Ceará.

ESPÍRITO SANTO

Líder nas intenções de voto no período da pré-campanha, o senador Renato Casagrande (PSB) se mantém na dianteira na corrida eleitoral no Espírito Santo com 59,8% das intenções de voto, contra 19,6% de seu principal adversário, o deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). A distância entre os dois candidatos ao governo chegou a 40,2 pontos percentuais, segundo apontou a primeira pesquisa Fecomércio/Futura para o jornal A Gazeta após o registro das candidaturas. A ex-deputada estadual Brice Bragato (PSOL) obteve 2,8% das intenções, ao passo que o advogado Gilberto Caregnato (PRTB) marcou 1%.

Com relação à disputa presidencial, Serra lidera na preferência do eleitorado capixaba com 40,6% seguido por 32,8% da ex-ministra Dilma Rousseff. Numa comparação com as últimas duas pesquisas Fecomércio/Futura/A Gazeta é a segunda vez em que se registrou uma queda na diferença entre o tucano e a petista no Estado na consulta estimulada, hoje em 7,8 pontos percentuais. Em maio, Serra teve 44,8%, contra 24,9% de Dima. Marina Silva aparece com 8,5%, um crescimento de 0,5 ponto percentual em relação a junho. José Maria de Almeida, o Zé Maria (PSTU), e José Maria Eymael (PSDC) obtiveram 0,5% cada. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) marcou 0,5%. Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) registraram 0,1% cada um. Américo de Souza (PSL) não obteve pontuação. Os indecisos totalizaram 12% e brancos e nulos, 4,6%.

Não foi feita pesquisa para o Senado.


PERNAMBUCO

Em Pernambuco, o governador Eduardo Campos (PSB), aliado de Dilma, ampliou em sete pontos percentuais a vantagem em relação ao seu principal adversário, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que apoia José Serra. Eduardo agora tem 62% contra 24% de Jarbas. Na pesquisa anterior, do instito Exatta, publicada pelo Diario de PErnambuco há pouco mais de um mês, o placar eleitoral apontava 61% a 30% a favor do candidato socialista.

Com exceção de Edinho Silva (PSOL) que atingiu 1%, os demais candidatos ao governo estadual não pontuaram na pesquisa. São eles Sérgio Xavier (PV), Anselmo Campelo (PRTB ), Jair Pedro (PSTU) e Roberto Numeriano (PCB). O levantamento foi realizado entre os dias 13 a 16 de julho.

Na disputa presidencial, um outro instituto, Maurício de Nassau, mediu as intenções de voto para a corrida ao Planalto. Dilma Rousseff lidera com folga entre os eleitores pernambucanos. A petista obteve, na pesquisa estimulada, 52% das intenções de votos, contra 23% de José Serra (PSDB) e 4% para Marina Silva (PV). A soma dos demais candidatos é de 1% apenas.

A disputa pelo Senado em Pernambuco está em bloco: Marco Maciel (DEM) e Humberto Costa (PT) lideram as pesquisas empatados com 42%. Armando Monteiro Neto (PTB) vem em terceiro com 22% e Raul Jungmann (PPS) em quarto com 11%.


MINAS GERAIS

Alvo de contestação por parte do PSDB, a pesquisa Sensus para o governo de Minas Gerais mostra que o candidato do PMDB, Hélio Costa, mantém a liderança com 43,4%. O governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição e apoiador de José Serra, aparece com 21,5% da preferência do eleitorado. Os candidatos José Fernando (PV) e Vanessa Portugal (PSTU) dividem o terceiro lugar com exatos 2,3% cada um. Os eleitores indecisos, e os que votariam em branco ou nulo som 28,1%. A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 11 de julho.

Na disputa presidencial, Dilma Rousseff (PT) aparece na frente com 35,5%, seguida de José Serra (PSDB), com 34% e Marina Silva (PV), com 9,2%. A margem de erro é de 2,5 pontos. Brancos, nulos e indecisos somam 19,7%.

Para o Senado, o ex-governador Aécio Neves (PSDB) lidera a disputa com 37,4%, seguido por Itamar Franco (PPS) com 22,3%. O petista Fernando Pimentel aparece em terceiro, com 11% das intenções de voto. Marilda Terezinha Fonseca (PSOL) é a quarta colocada na disputa, com 1%.


SANTA CATARINA

A última pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope e encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinducon) segue demonstrando a liderança da candidata do PP, Ângela Amin, pela corrida ao governo de Santa Catarina. No cenário com os seis candidatos que disputam a eleição, Ângela obtem preferência de 37% dos eleitores, enquanto o segundo colocado Raimundo Colombo (DEM) fica com 20%. A candidata do PT, Ideli Salvatti, aparece em terceiro com 13%. O palanque de Dilma no Estado é o de Ideli Salvatti. Angela Amin mantém-se neutra, apesar do apoio de seu partido, o PP, à candidatura de Dilma. Raimundo Colombo apoia Serra, mas seu vice, que é do PMDB, está com Dilma.

Quanto à corrida presidencial, o tucano José Serra lidera as preferências para o primeiro turno com 46% das intenções, sendo que a candidata Dilma Rousseff fica 30% e Marina Silva, 7%. O levantamento foi realizado entre os dias 7 e 9 de julho, com margem de erro de 3 pontos para cima ou para baixo.

Para o Senado, os cinco candidatos melhor colocados são, na ordem, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) comn42%; Paulo Bauer (PSDB) 22%; Hugo Biehl (PP) 12%; Cláudio Vignatti (PT) 8% e Eliabete Tiscoski (PP) com 5%. O número de indeciso é grande: 57%.


RIO GRANDE DO SUL

Pesquisa Ibope sobre as eleições para o governo do Estado, encomendada pelo Grupo RBS, mostra o candidato do PT, Tarso Genro, liderando com 39% das intenções de voto. José Fogaça (PMDB) aparece em segundo lugar, com 29%, e a governadora Yeda Crusius (PSDB), com 15%. Os outros candidatos aparecem com 1% ou menos das intenções de voto. A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 8 de julho. Tarso apoia Dilma. Fogaça está neutro, apesar do PDMB nacional estar com Dilma. O palanque de Serra no Estado restringe-se à candidatura de Yeda Crusius.

Na disputa presidencial, Serra aparece na frente com 46% das intenções de voto dos gaúchos. Dilma Rousseff tem 37% e Marina Silva 6%. Já na pesquisa espontânea, Serra e Dilma estão tecnicamente empatados com 27% para o tucano e 24% para a candidata petista.

Para o cargo de senador pelo Estado do Rio Grande do Sul, somando-se as duas menções, os candidatos Germano Rigotto (PMDB) e Paulo Paim (PT) aparecem empatados com 46% das intenções de voto. Em seguida vem Ana Amélia Lemos (PP), com 40%. Os demais candidatos aparecem em patamar inferior (com no máximo 5% das menções), enquanto 26% dos eleitores estão indecisos sobre o seu voto para o Senado e 7% têm intenção de votar em branco ou anular o voto.


DISTRITO FEDERAL

Na primeira pesquisa publicada pelo Instituto Dados depois das convenções partidárias e do registro das candidaturas, a vantagem que Joaquim Roriz, candidato do PSC e apoiador de Serra, tem para Agnelo Queiroz, do PT, foi reduzida em relação a todos os cenários anteriores. Roriz obteve 36,3% das intenções de voto. Agnelo Queiroz, que apoia Dilma, aumentou sua intenção em relação às outras pesquisas do instituto, chegando pela primeira vez à marca de 27,5%. A diferença caiu para 8,8 pontos percentuais. O terceiro colocado é Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do PSOL, que obteve apenas 2,2%. Os demais candidatos não alcançaram 1%.

O Instituto Dados também ouviu os eleitores do Distrito Federal sobre a intenção de voto para presidente da República. Em pesquisa estimulada, Dilma Rousseff foi a primeira colocada, com índice de 31,3%. José Serra vem em segundo com 26,3%. Os números mostram certa consolidação da liderança de Dilma no DF. Marina Silva, do PV, mostrou que Brasília é um dos lugares em que sua candidatura está mais bem cotada. Ela teve 15,8%. Os demais postulantes ao Planalto não alcançaram 1%. O estudo foi realizado entre os dias 10 e 15 de julho.

Não há dados disponíveis sobre a disputa para o Senado.

Da redação,
Cláudio Gonzalez, com agências
19 de Julho de 2010
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=133550&id_secao=1

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Estamos diante de uma guerra político-eleitoral, diz Rabelo

Na avaliação do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, feita nesta quinta-feira (15) em reunião da Comissão Política Nacional, “estamos diante de uma verdadeira guerra político-eleitoral, formada por batalhas que culminarão nos resultados das urnas em outubro”. O cenário exige atenção redobrada dos comunistas tanto para a defesa do projeto partidário quanto para a garantia da continuidade do ciclo aberto por Lula. “A vitória de Dilma, uma mulher avançada, é muito importante para o país”, ressaltou.

Priscila Lobregatte

Rabelo e Adalberto Monteiro debatem conjuntura

Na sede do partido, em São Paulo, Rabelo falou sobre as perspectivas da candidatura de Dilma Rousseff (PT) lembrando, no entanto que, apesar do favoritismo da candidata, as eleições não estão ganhas e o principal adversário, José Serra (PSDB), tem seus trunfos. “Apesar das dificuldades em unir sua própria base de apoio – como ficou evidente no episódio da escolha do seu vice – Serra é apoiado implícita ou explicitamente pela grande mídia e conta com o respaldo do poder econômico e político do campo conservador, ou seja, não podemos subestimá-lo”, colocou o dirigente, alertando para a possibilidade de segundo turno.

Vitalidade, protagonismo e ampliação das alianças do PCdoB

Porém enfatizou: “Dilma é como uma moeda com duas faces muito importantes: ela é a candidata de Lula, mas é também partícipe dos sucessos do atual governo. O povo tem conhecimento da primeira condição, mas ainda há muita gente que desconhece a segunda”.

De acordo com Rabelo, esse é um fator que sugere uma possibilidade maior de crescimento. “Na medida em que a população vai tomando contato com essa informação, vai percebendo que ela sim tem legitimidade para continuar o processo atual e vai consolidando seu voto. Vale lembrar que embora o momento mostre empate entre os dois principais candidatos, Dilma tem crescido desde o começo das pesquisas, quando tinha em torno de 4%. Serra começou com cerca de 38% e se manteve nesse nível. Portanto, quem tem evoluído é ela”. E completou: “a campanha de Serra achava que investindo em propaganda, em maio e junho, conseguiria uma diferença de 10% em relação a ela, o que não aconteceu”.

Renato Rabelo ainda ressaltou a ampla aliança, com dez partidos, que se formou em torno da petista. “Conseguimos algo inédito: reunir toda a esquerda, além de outras forças progressistas e de centro. Isso mostra a força centrípeta da candidata”.

Sobre a Coordenação Operativa da campanha, o comunista anunciou que o PCdoB será representado na por Adalberto Monteiro, secretário de Formação, e na comissão responsável pela elaboração do programa, por Dilermando Toni, assessor da presidência do partido. A primeira reunião, quando o PCdoB reafirmará suas propostas acontece nesta segunda-feira, 19.

O presidente voltou a tratar das decisões tomadas na última reunião do Conselho Político da campanha de Dilma, dia 12, quando ficou acertada a reciprocidade entre a petista e os candidatos ao governo estadual onde houver mais de um palanque. “Não haverá exceções nisso”, explicou. Para o PCdoB, a decisão é positiva especialmente no Maranhão – onde concorre com Flávio Dino ao governo – e no Amazonas, onde apoia a reeleição de Omar Aziz (PMN) e onde busca eleger Vanessa Grazziotin para o Senado.


Crescimento comunista

Conseguimos reunir toda a esquerda, diz Rabelo

A evolução do partido desde a eleição de 2006 também foi tema da reunião. Naquele ano, o partido lançou seis nomes para o Senado, elegendo Inácio Arruda pelo Ceará. Agora, lança nove nomes, muitos dos quais com chance real de vitória.

O partido também registrou evolução na disputa pela Câmara. Em 2006, lançou 72 candidatos; neste ano, são 137, crescimento de 90%. A meta é que o partido – que então elegeu 13 parlamentares – passe agora para cerca de 20, o que melhoraria sensivelmente a situação dos comunistas na Casa, ampliando tanto sua atuação quanto a participação no Fundo Partidário, no horário de televisão e na infraestrutura da Liderança.

No caso dos deputados estaduais, o salto foi ainda maior. Há quatro anos, foram lançados 276 candidatos e hoje são 688, acréscimo de 149%. O parido conta com 17 estaduais e busca ultrapassar a casa das duas dezenas, mas há previsões que indicam possibilidades ainda maiores.

Para os próximos dias, o partido deverá enviar representantes do Comitê Central a alguns estados estratégicos ou que necessitem de maior acompanhamento a fim de reforçar as candidaturas comunistas.


Quadro internacional

Sobre a conjuntura mundial Renato Rabelo abordou dois pontos: a situação do Irã e do Oriente Médio e os efeitos da crise mundial. “Há quem defenda – como Fidel Castro e Noam Chomsky – que estamos na iminência de uma guerra nessa região. Nossa opinião é que estamos diante de um quadro de crescente tensão entre Irã e Estados Unidos ou mesmo na Península Coreana que pode resultar em grandes conflitos futuros. A administração de Barack Obama segue a linha geral do sistema norte-americano de dominação”.

O presidente do PCdoB destacou ainda que, segundo Chomsky, “a ação do Irã tem sido defensiva em relação à política estadunidense” e que em sua movimentação militarista, os EUA “expandiram seus poderes à ilha Diego Garcia (território britânico no Oceano Índico, próximo à África), expulsando sua população para construir ali uma base de ataque ao Oriente Médio e a Ásia Central”.

Quanto à crise mundial, reafirmou que ainda não está superada, com graves desdobramentos na Europa, em especial na Grécia, Espanha e Portugal. “As perspectivas de retomada do continente neste ano foram por água abaixo. Por outro lado, os emergentes saem-se melhor; sem o Bric, por exemplo, a crise teria maior proporção e profundidade”.


De São Paulo,
Priscila Lobregatte
15 de Julho de 2010
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=133336&id_secao=1

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Altamiro Borges: Monstros da Veja revelam desespero

Fundo vermelho-sangue, cabeças de hidras, estrela petista, manchete (“O monstro do radicalismo”) e chamada (“A fera petista que Lula domou agora desafia a candidata Dilma”). A capa da última edição da revista Veja é realmente assustadora, mas ela também é reveladora: mostra que quem está assustada é a famíglia Civita, dona deste panfleto fascistóide.


Por Altamiro Borges (Miro) em seu Blog

Desesperada, a revista sequer teve criatividade e publicou uma capa muito similar à da véspera da eleição presidencial de 2002.

Na “reporcagem” fica a sensação de que a Veja já jogou a toalha. Ela parece não acreditar mais na possibilidade de vitória do seu candidato, o demotucano José Serra – tanto que não fala das suas dificuldades na escolha do vice e na ausência do registro do seu programa. Apavorada, a revista tentar enquadrar a candidatura de Dilma Rousseff. Ela repete a velha dupla tática da direita: faz campanha aberta para o seu candidato, mas procura interferir na linha política do seu adversário.


Tentativa de domesticar o programa

Já no editorial, o medo transparece. A partir da trapalhada no registro do programa petista, ela critica a “falta de controle da candidata sobre os radicais do seu partido”. O motivo do temor é a afirmação, mantida na segunda versão do programa, de que os meios de comunicação no país são “pouco afeitos à qualidade, ao pluralismo e ao debate democrático” e de que é preciso enfrentar “o monopólio e a concentração” no setor. A revista confessa, mais uma vez, que é inimiga da Constituição Federal, que propõe o fim do monopólio e o estímulo à pluralidade informativa.

A prepotente famíglia Civita, que se acovardou diante da ditadura militar e demitiu jornalistas críticos, como Mino Carta, insiste em se apropriar da bandeira da liberdade de expressão. “A imprensa não tem lições a receber de quem não compreende esse valor universal da democracia”, afirma o editorial. É com esta linha canhestra que a “reporcagem” tentará acuar o comando da campanha de Dilma, domesticando o seu programa e afastando “seus radicais”. O texto não é dirigido ao leitor emburrecido desta revista, mas aos vacilantes e “moderados” da campanha adversária.


“Cortar as cabeças” dos radicais

A “reporcagem” tenta o tempo todo estimular a cizânia nas esquerdas. “O programa de governo do PT traz de volta a ameaça da censura à imprensa e reacende o debate: Dilma conseguirá controlar os radicais de seu partido e domar o monstro do autoritarismo?... Se eleita, conseguirá repetir o feito de Lula e impedir que os radicais do PT transformem o Brasil numa república socialista, de economia planejada e centralizada e sem garantias à liberdade de expressão?”. Seu objetivo fica patente na frase agressiva: “Lula teve de cortar a cabeça dessa hidra em diversas oportunidades”.

Neste esforço para domesticar o programa e estimular a cizânia, a Veja chega a montar uma lista risível dos “moderados e pragmáticos” (Lula, Palocci e Dulci) e dos “radicais e incendiários” (Marco Aurélio Garcia, Franklin Martins e Paulo Vannuchi). Ainda neste segundo grupo, ela inclui o ministro Celso Amorim e a “imoral política externa brasileira”. Eles seriam as hidras que Dilma deveria “cortar as cabeças”, além de ceifar qualquer proposta mais avançada de mudanças.


Uma nova “carta aos brasileiros”

Ao final da “reporcagem”, como que já assumindo a derrota do seu candidato, a família Civita expressa seu desejo para a adversária, lembrando a manobra patrocinada pelos barões da mídia e do capital financeiro nas eleições de 2002. “O chamado ‘risco Lula’ provocou desvalorização do real, fuga de capitais, instabilidade econômica, e só foi amenizado quando ele [Lula] divulgou a Carta ao Povo Brasileiro... Para afastar definitivamente as desconfianças que ainda rondam sua candidatura, Dilma talvez tenha de seguir o exemplo do seu padrinho político”.

A mídia golpista encara o pleito deste ano como uma batalha de vida ou morte. Ela teme perder a eleição e avalia que este provável resultado aprofundará o processo de mudanças no país. Dilma Rousseff, com seu passado de esquerda e maior firmeza de convicções, apavora as famíglias Civita, Marinho, Frias e Mesquita. Se depender dos barões da mídia, é essa “hidra” que terá sua cabeça cortada numa das campanhas mais sujas da história. Mas, caso isto não ocorra, por uma questão de bom-senso é melhor se precaver, domesticando seu programa e afastando os "radicais".

13 de Julho de 2010.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=133187&id_secao=6

domingo, 11 de julho de 2010

Emtrevista de João Batista Lemos (Secretário Sindical do CC do PCdoB)

Caminho da consecução de uma estratégia que abra

Horizontes para a transição ao socialismo.

Como foi a Conclat, realizada dia 1º de junho?

Nós fizemos um balanço altamente positivo dessa Conclat porque conseguimos construir uma base política de unidade com todas centrais sindicais existentes no país. A construção dessa unidade deu-se de forma pontual, em torno de uma plataforma formada na luta pela redução da jornada de trabalho, nas marchas pelo aumento real do salário mínimo como uma política permanente do governo Lula. E estava colocado também aí já o Projeto de Desenvolvimento com valorização do trabalho.

Esses fatos foram muito importantes porque fomos construindo uma base de unidade de ação. E, com a Conclat, ocorre um salto. Nós conseguimos uma unidade mais programática, já em torno de uma agenda para um Projeto Nacional de Desenvolvimento com democracia, soberania nacional e valorização do trabalho. Isso é um avanço muito interessante, porque dá uma base mais política para o fortalecimento da própria unidade dos trabalhadores no sentido de intervir no curso da luta no país. Então, o que ocorreu foi um salto na elevação da consciência política da luta dos trabalhadores. Isso teve uma importância grande porque criam-se as bases para desdobramento de outras lutas.


Pode-se dizer que esta Conclat tem paralelo com a de 1981?

Sim. A Conclat de 1981 foi fruto da ascensão do movimento grevista surgido em 1978, quando surgiu a liderança de Lula. A motivação primeira foi econômica, mas acabou, por causa do regime militar, ganhando uma conotação essencialmente política. Essa Conclat reuniu mais de cinco mil delegados, representando bem mais de mil organizações sindicais. Foi uma Conclat unitária, que gerou a comissão nacional Pró-CUT. Ali foi tirado um dia nacional de luta para entregar um manifesto ao governo militar de plantão, reclamando o fim da carestia, o fim do desemprego, do arrocho salarial. E pedindo liberdades políticas.

Nesse momento, os trabalhadores jogaram um papel político importante no movimento das forças democráticas, progressistas, propondo o fim do regime militar. Mesmo com a divisão na comissão Pró-CUT, porque já estava ocorrendo uma disputa muito grande, a disputa da hegemonia entre os operários pelas diferentes correntes, aquela Conclat deu base de unidade de ação para as greves gerais que vieram depois, na década de 1980. A primeira foi ainda unitária, convocada pela comissão Pró-CUT em 1983, mas as demais foram comandadas de forma separada pela CUT e pela então CGT. Então, essa questão da unidade no Brasil, sobretudo depois como processo da luta contra a ditadura, se deu essencialmente na ação, na luta, e não de forma orgânica. Foi um processo muito interessante.


A nova Conclat materializou a proposta original da CTB?

De certa forma sim. A CTB queria uma Conferência que pudesse reunir lideranças sindicais, como foi em 1981, para debater os problemas dos trabalhadores de forma democrática e defender uma plataforma comum em defesa da agenda que foi construída durante esses últimos dois anos de preparação. Defendíamos, inclusive, que tivéssemos encontros estaduais preparatórios que precederiam a fase final. Mas não foi assim que as coisas ocorreram. A CUT, sobretudo, que optou por um caminho mais solo, dificultou muito as ações e articulações unitárias. Ela foi contra a realização de uma Conferência desse tipo. Então, a CUT quis trabalhar mais a ideia de um ato. Tanto que denominação que eles defenderam acabou ficando Conclat – Assembleia Nacional. A CUT é a maior central sindical e teve um peso grande nesse processo. Nós sabemos disso e por isso acatamos essas opiniões, para que a Conclat ocorresse de qualquer forma.

Ainda assim, a construção dessa agenda foi fruto de uma exaustiva jornada. Houve um exaustivo trabalho das centrais. Foram nove reuniões da comissão de redação que produziu nove versões para construir essa plataforma unificada. Então, na verdade, a Conferência de 1º de junho foi o coroamento de todo esse processo de debate e discussão da direção dessas centrais para formular uma plataforma e uma agenda comum. Isso dá base também para um desdobramento maior. Primeiro para fazer vitorioso esse ciclo de mudanças iniciado com o Lula.

A plataforma aprovada no último dia 1º de junho foi a da defesa da continuidade e do aprofundamento do projeto de mudanças iniciado em 2003 com a posse de Lula. Isso ficou claro até mesmo na posição da UGT, que forçada por uma tendência tucana não participou do evento. Então, esse próprio fato mostrou que o 1º de junho reuniu as centrais sindicais e forças políticas do campo aliado do governo Lula. Isso faz com que essa unidade das centrais se fortaleça para, através da influência de suas bases, trabalhar para a vitória de Dilma e evitar o retrocesso no país. E lutar para que seja aplicada essa agenda no governo.

Junto com isso houve também a assembleia dos movimentos sociais, que ocorreu no dia anterior e que também trabalhou uma agenda democrática, popular e progressista. Vai se criando assim no país a construção de um movimento político de massas dos trabalhadores, das forças populares, em torno de um projeto nacional de desenvolvimento com base na soberania, na democracia e na valorização do trabalho. Isso é de grande importância.

O outro movimento que temos de fazer é sobre como colocar essas propostas aprovadas nas ruas, que desdobramento vamos ter. Nesse desdobramento, não podemos ficar no imediatismo, porque foi construída uma base importante. O que foi aprovado em 1º de junho condensa quase que toda a elaboração, a reflexão que essas centrais fizeram nos seus congressos. Então, isso já é uma referência programática unitária para essas cinco centrais, que deverão atrair novamente a UGT. Claro que isso cria uma condição maior de transformar a agenda em movimento concreto de luta dos trabalhadores.

Precisamos primeiro, claro, fazer vitoriosa nesse processo a candidatura de Dilma. E, em um segundo momento, lutar para que essa agenda seja efetivada na pratica. Trabalhar para que seja colocado um programa realmente de ruptura com as forças conservadoras, nacionais e internacionais, para que avancemos no rumo de um novo projeto nacional de desenvolvimento. Um desenvolvimento novo, com base na soberania e na valorização do trabalho. E isso exige um rompimento com o capital financeiro, o que vai depender da construção de uma correlação de forças mais favorável.


As demais centrais vem caminhando nessa direção?

Eu penso que sim. Essa agenda é resultado de uma exaustiva reflexão, de muitos debates. Agora, é construí-la no dia-a-dia. E o protagonismo dos trabalhadores vai ter que transformar essa agenda em coisas concretas e unificar as bases em torno dessa proposta. Isso exige a massificação desse programa aprovado no dia 1º de junho. Já iniciamos o debate desse tema em uma reunião que ocorreu no último dia 28 de junho. Vamos massificar a divulgação do programa aprovado em 1º de junho para ganhar as bases das nossas centrais.

Porque a nossa meta é a construção de uma maioria política para avançar para um novo estágio desse ciclo de desenvolvimento do nosso país. Assumir um novo projeto nacional de desenvolvimento exige correlação de forças favoráveis. Exige rupturas também com o velho, com as forças conservadoras, para avançar o processo. Como nós defendemos reformas estruturais, vamos enfrentar os setores conservadores.

Quando formos defender a reforma agrária, temos que nos preparar para enfrentar o grande agronegócio que hoje se confunde com o grande latifúndio. Quando vamos defender a reforma educacional, vamos enfrentar também as empresas educacionais e o mercado na educação. A mesma coisa na saúde, na questão tributária etc. Então, o avanço de um Projeto Nacional de Desenvolvimento vai exigir rupturas.

E as rupturas exigem uma correlação de forças mais favorável. É aí que os trabalhadores podem jogar um papel fundamental nesse processo de lutar por um projeto mais avançado para o país. Eleger Dilma é o grande e primeiro passo para criarmos uma nova correlação de forças. Ter maioria no Congresso, no Senado e na sociedade é outro desafio para o qual os trabalhadores podem jogar um papel fundamental. E temos esperanças de que teremos essa maioria nas duas casas legislativas federais.


Como Secretário Sindical do Comitê Central do PCdoB, você formulou inicialmente essa proposta de realização de uma nova Conclat. Como foi a trajetória, até chegar ao 1º de junho?

Eu acho que essa questão ficou muito relacionada a uma reflexão que fizemos com a questão da nossa saída da CUT. Porque, para os comunistas, a saída da CUT, a saída de uma organização que é a maior central sindical do país, foi muito cara. Muitos nos indagavam e nós mesmos nos perguntávamos: será que vamos ajudar a dividir, a fragmentar ainda mais o movimento sindical? Mas, com o exame que nós fizemos da realidade brasileira, com as novas condições políticas criadas pela própria vitória do Lula, e a posição muito hegemonista da CUT, impondo as sua posição como força majoritária, excluindo outras forças políticas que não fossem alinhadas à força majoritária do PT, a Articulação, dentro da CUT, vimos que a nossa Corrente Sindical Classista estava represada.

Pensamos que sair da CUT só fazia sentido se fosse para lutar pela unidade e não para dividir ainda mais. Teríamos mais autonomia para construir a unidade das centrais. Analisando o movimento que estava ocorrendo no sindicalismo brasileiro, mais a reconfiguração do movimento sindical com a flexão mais progressista que havia feito a Força Sindical, decidimos por esse caminho. É importante registrar que essa flexão da Força Sindical foi importante, porque anteriormente essa central surgiu para defender as propostas neoliberais no movimento operário.

Querendo ou não, ali foi uma cisão grande no movimento sindical, na história da luta dos trabalhadores, porque uma central que tem o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo do outro lado, defendendo o governo neoliberal, foi uma cisão muito grande. E, com a vitória do Lula, com essa nova reconfiguração, a Força Sindical fez um movimento mais à esquerda. Tanto que ela ajudou e contribuiu para fortalecer todas essas marchas do salário mínimo, as lutas pelas 40 horas semanais, contra a flexibilização dos direitos dos trabalhadores, pela ratificação das convenções da OIT. E deu muita sustentação e apoio às mudanças do governo Lula.

Essa mudança foi fundamental para a unidade da classe trabalhadora, que não passa somente por uma central. A unidade da classe trabalhadora passa pela unidade de ação e fortalecimento do fórum das centrais sindicais. Vimos que, saindo da CUT, formaríamos uma Central que seria instrumento para contribuir com a unificação das centrais na luta. Foi assim que, junto com outras forças políticas, com os socialistas, com setores independentes, fundamos a CTB, propondo, já no seu primeiro congresso de fundação em dezembro de 2007, a realização de uma Conferência Nacional da Classe Trabalhadora em torno de uma agenda com um projeto nacional de desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho. Isso está nos nossos anais de fundação da CTB.


Fale um pouco das dificuldades surgidas no caminho da Conclat.

A maior dificuldade foi com a CUT, que num primeiro momento não apoiou a proposta. Por ser a maior central, por ter maior relação de influência no governo — inclusive, dirigentes da CUT se transformaram em ministros —, ela não soube manter a sua autonomia e a sua diferenciação em relação ao governo. E perdeu muito espaço por causa disso.

A posição do governo Lula, de ouvir as centrais quase todo mês, de diálogo com as centrais, exigia maior unidade. Vimos que seria possível construir a Conclat. A Força Sindical assumiu essa bandeira, o que deu concretude à proposta. Com a posição da Força Sindical e das demais centrais que, logo em seguida também assumiram essa bandeira, não havia como a CUT ficar de fora. Isso foi fundamental para legitimar e selar a unidade das centrais.

Outra coisa importante a anotar, para registrar, foi a derrota política dos setores de “esquerda”, mais sectários. Eles também chamaram uma Conclat para fundar uma central. E fizeram todo um movimento, reuniram-se em Santos, mas o congresso não acabou de forma unitária. Saiu uma parte considerável, da Intersindical ligada ao PCB e ao PSOL.


As centrais foram decisivas para garantir o reajuste de 7,7% dos aposentados...

 Lula foi obrigado a ratificar. Nós não conseguimos que o Lula não vetasse o fim do fator previdenciário. Essa luta tem que continuar, porque o fator previdenciário é um retrocesso, faz parte de uma agenda de desmonte do Estado, contra os direitos dos trabalhadores e as políticas públicas, contra os trabalhadores e os aposentados.

E, ao mesmo tempo em que o Lula veta o fim do fator previdenciário, permite o aumento dos juros, que significa uma imensa transferência de renda para os especuladores do mercado financeiro. Esse não é o caminho. E veja só: o governo Lula entrou em contradição com a sua própria política de investimento nas políticas públicas, na infra-estrutura, no crescimento e desenvolvimento do nosso país.


Voltando à Conclat. Você descreve o desenho de uma dialética contraditória. Eu queria que você falasse um pouco da ciência política nesse processo, da sensibilidade política...

Teve ciência política na medida em que a gente vem sistematizando a experiência da luta dos trabalhadores nesse processo, colocando que a unidade é uma necessidade concreta para fazer valer os seus interesses. Isso acaba prevalecendo no processo histórico da luta do movimento sindical. Foi assim com a Conclat de 1981 e com o desdobramento das greves gerais dos anos 1980 e 1990. Agora, a luta política de classe também se dá através da luta política e ideológica.

Veja o caso da Força Sindical. O setor do movimento sindical que cria a Força Sindical e vai para o outro lado, em um período de ofensiva ideológica do neoliberalismo, era de pessoas ligadas ao Partido Comunista Brasileiro, o PCB, o Partidão que foi uma das forças mais influentes na primeira Conclat. No processo político em curso no país, com a vitória das forças democráticas e progressistas, acaba revendo algumas posições na prática e voltando para leito normal da luta de classes, em defesa dos interesses e dos direitos dos trabalhadores.

Essa ciência consiste em a gente compreender o momento político e romper com os esquematismos, em ter uma leitura mais justa do curso dos acontecimentos. Quando nós falávamos em uma nova configuração no movimento sindical, era uma leitura mais próxima da realidade. Sair da CUT era dividir? Não. Nós nos colocamos numa posição para unificar o movimento sindical.

No 1º Conclat os comunistas do PCdoB eram não mais de três dezenas de lideranças sindicais, e hoje são milhares de lideranças sindicais, de operários, trabalhadores e trabalhadoras, da educação, saúde, dos serviços, do campo entre outros. Talvez, seja respondida pela síntese trabalhada por João Amazonas que o Partido tinha que ser ao mesmo tempo de ação política e Partido de classe, depois desenvolvido por Renato Rabelo, combinar dialeticamente os vetores de acumulação de forças de nossa época, a luta política e institucional, a luta de ideias e a luta social. E na luta concreta sindical apesar dos erros que cometemos, poderíamos concluir que se soube trabalhar a consigna da unidade e luta.


Você vê semelhanças nas lutas da América Latina e do Brasil com as da Europa?

Eu acho que aqui têm mudanças de maior sustentabilidade, porque estão se traduzindo em vitórias políticas eleitorais. Tivemos um retrocesso no Chile, mas tivemos uma vitória grande agora no segundo turno na Bolívia com a reeleição de Evo Morales. Tivemos também a vitoria no Uruguai do Mujica e em El Salvador, Maurício Funes. Se a Europa tiver esse desdobramento político-eleitoral através desses movimentos que estão ocorrendo, aí vai dar mais sustentabilidade para mudanças. Tem uma diferença mais no ponto de vista dessa fase política mudancista que está ocorrendo na América Latina, que não está ocorrendo na Europa.

Penso que da Europa também, de certa forma, temos que extrair algumas lições. Porque não conseguimos ainda desenvolver um movimento mais paredista aqui, uma greve geral, por exemplo, para conquistar a redução da jornada de trabalho ou contra o fator previdenciário. Na Europa, eles conseguem fazer esse movimento mais unitário. A Grécia já teve três ou quatro greves gerais, Portugal teve grande movimentação, na França houve várias greves gerais. Nós ainda não estamos conseguindo isso aqui no Brasil. Isso é uma lição.


Estamos criando condições políticas mais favoráveis no Brasil. Com a Conclat, começa a se criar as condições políticas para um movimento mais vigoroso da classe trabalhadora. Estamos construindo essas condições estão sendo amadurecidas. Mas esse movimento só pode ocorrer diante de uma condição política concreta. Essa necessidade pode ser no sentido de fazer avançar o Projeto Nacional de Desenvolvimento. É um movimento que não vai ser feito sem luta de classes, que vai exigir maior vigor da luta dos trabalhadores. Será que nós teremos condições para isso?



Será que teremos?

O sindicalismo na Europa tem estrutura de base dentro das fábricas. Lá existem os comitês sindicais de base. A eleição da direção nacional das centrais como Comissões Obreiras da Espanha começa dentro das empresas. Aqui no Brasil ainda não se permite isso. Essa é uma das nossas mais antigas e históricas reivindicações, ainda não conquistadas. Dentro das empresas é uma dificuldade muito grande para organizar os trabalhadores. Você precisa utilizar de certos subterfúgios, entrar para a CIPA, que tem estabilidade ou utilizar diretores de base do sindicato. Mesmo assim, o Ministério Público está impondo restrições.

Essa é uma questão importante. Por isso que um dos pontos da agenda da classe trabalhadora aprovada em 1º de junho é o reconhecimento legal dos comitês sindicais de base. A outra é a constituição de um conselho de representação das centrais para resolver os problemas de enquadramento sindical ou de disputa das eleições sindicais na base. Hoje ainda há uma disputa muito grande na base e até mesmo fratricida. É preciso mudar também essa estrutura.

Nós estamos vivendo uma estrutura dúbia no movimento sindical, na medida em que se reconhece as centrais, e não mais só o sistema confederativo. Criou-se a pluralidade na cúpula em contradição com a unicidade na base. Tem que resolver isso. Pela própria experiência histórica do movimento sindical, onde não devemos abrir mão da unicidade sindical, sobretudo na base.


Voltando à crise. Você acha possível uma agenda comum em âmbito mais amplo, abrangendo, por exemplo, a Europa, a América Latina, e mesmo os Estados Unidos?

Eu acho que é possível, sobretudo na América Latina e a questão central deve ser a agenda da luta pelo emprego. Vamos realizar agora a terceira edição do Encontro "Nossa América", que vai ocorrer de 22 a 24 de julho, na Venezuela. Vamos contar com a maioria das centrais sindicais do continente. Isso também foi uma proposta nossa da CTB, assim como a Conclat. Já estamos com o apoio da CUT Chile, filiada à Confederação Sindical Internacional – CSI; da CUT Colômbia, também outra filiada à CSI. Estamos também com apoio da CTA da Argentina. Como também da CTC de Cuba, CGTP no Peru, CTE, Equador, todas filiadas à Federação Sindical Mundial – FSM e da PIT-CNT, Uruguai, que é independente, trata-se de construir um espaço de unidade de ação. Vamos ter um grande Encontro, com um caráter antineoliberal, antiimperialista. Em nível mundial, é mais difícil. Penso que é mais interessante uma relação Sul-Sul, ou uma relação dos países do BRIC.

A China buscou fazer um encontro que reuniu esses países. As mesas centrais desse encontro internacional dos trabalhadores eram compostas por centrais sindicais ligados aos países do BRIC. Estavam ali, por representação, 60% da população mundial, buscando uma agenda comum pelo desenvolvimento com geração de emprego, procurando uma forma de combater a crise, de defender o emprego, defender as políticas públicas, reforçar a previdência social. Mesmo na Europa há mudanças nessa direção.

Eu vi o programa do congresso da Federação Sindical Mundial (FSM). Se aquele programa se concretizar, será uma nova etapa da FSM. Como você vê essa expectativa?

Eu vejo dessa forma também. Acho que há uma vontade política muito grande, há uma retomada das lutas em nível mundial mesmo dentro da Europa, que é ainda hegemonizada pela social-democracia. A FSM crescerá na medida em que mudar sua condução, romper com algumas culturas antigas ainda que mencionavam os sindicatos como correias de transmissão dos partidos comunistas, e também na medida em que ampliar e estabelecer mais autonomia, de construção da unidade em torno de projetos com programa comum, de atuar no curso da luta política no momento real do movimento sindical, enfrentando essas novas condições hoje colocadas para a classe trabalhadora em todo o mundo.


Queria que você falasse um pouco como secretário sindical do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Como toda essa ideia que você desenvolveu se insere no Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento? Ela não exige uma sistematização mais elaborada?

É um momento de nós pararmos para sistematizar. O Partido já tem uma experiência acumulada, muito rica. Precisamos sistematizar essa experiência da ação direta entre os trabalhadores e temos procurado fazê-lo com documentos e textos aprovados pelo nosso Comitê Central, agora recententemente reunidos no livro editado pela Anita Garibaldi que organizei e cujo título é “A política sindical do PCdoB”. O Partido tem sistematizado a experiência da luta das forças progressistas nessa proposta de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, nas condições da construção de transição para o socialismo, um socialismo com a nossa cara, com as nossas características. É uma sistematização importante, que vai municiar também a luta da classe dos trabalhadores do nosso país.

Voltando ao ente político, ao Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Eu queria que você falasse do seu livro, da sua contribuição para esse debate...

O livro foi uma construção coletiva, que surgiu a partir da necessidade de resposta à luta concreta dos trabalhadores. E também de autocrítica. Aprendemos também com os erros do PCdoB quando nós nos distanciamos da classe trabalhadora. Sempre de forma muito aberta, procurando construir uma identidade maior com a classe, que faz parte da natureza do nosso Partido.

Hoje, estamos diante de um governo que vai avançando, com todas as suas contradições. Estamos, eu diria, em um momento muito particular no nosso país. Porque na crise mundial, estrutural e sistêmica do capitalismo, o Brasil conseguiu sair antes, pelas medidas tomadas pelo governo Lula.

Agora, as experiências no nosso país sempre foram historicamente de buscar uma saída negociada com as elites dominantes, mantendo-as no poder. Acho que aí está, para nós, um desafio muito grande. A tradição, a história do país, mostra que sempre se procurou arrumar um jeito para manter no poder os setores dominantes. Assim foi com a escravidão — acabou a escravidão, mas manteve-se a estrutura da escravidão, como disse o Joaquim Nabuco. Em 1930 também se construiu uma maioria política antiliberal, mas mantendo as elites dominantes e uma saída negociada. Ali já se iniciou um novo projeto desenvolvimentista, que significou um avanço civilizatório para o nosso país. Tivemos o direito ao voto feminino, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o salário mínimo nacional, as primeiras empresas estatais etc. E no segundo governo de Vargas, após 1950, tivemos o monopólio estatal do petróleo e a criação da Petrobras em 1953.

Hoje vivemos uma situação que também tem crise no centro do capitalismo mundial, como em 1930, quando o Brasil soube aproveitar a oportunidade. E estamos, nesse momento, em outras condições. É necessário tirar lições desses processos anteriores. E uma das lições é que deve criar as condições de ruptura com as forças conservadoras. Aliança com o PMDB é justa; o que define é a correlação de forças. Temos de construir uma nova maioria política. Agora, sob qual direção? Aqui é que está a questão para nós. Num passado recente, nosso Partido teve pequena influência política nos rumos do governo e do país. Hoje, as condições melhoraram muito e podemos, num governo como o de Dilma, definir rumos mais avançados para a nação.

Agora, vai depender também do protagonismo dos trabalhadores. Qual desenvolvimento? O que vai concentrar renda, aumentar a desigualdade social? Ou o que vai desenvolver e criar uma condição mais digna para nosso povo, uma condição socialmente mais justa? Isso vai depender muito da intervenção política do protagonismo e a elevação do nível de consciência da classe trabalhadora.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Direção Plena da CTB declara apoio a Dilma

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) vai apoiar, formalmente, a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência da República. A decisão foi oficializada na última quarta-feira (30), em São Paulo, durante reunião da Direção Plena da entidade.

O apoio a Dilma se baseia na resolução política elaborada pelos dirigentes cetebistas, que destacaram a necessidade de apoiar a única candidatura capaz de dar continuidade ao projeto iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o documento, somente a eleição de Dilma será capaz de “dar novo impulso ao processo de mudanças”.

“A CTB reconhece que, no campo progressista, a candidatura de Dilma Rousseff é a que reúne condições políticas efetivas para derrotar o candidato neoliberal do DEM/PSDB/PPS, José Serra”, diz um dos trechos do documento aprovado pela Direção Plena e divulgado nesta segunda-feira (5).

A proposta foi trazida à reunião pelo presidente da central, Wagner Gomes, que destacou o caráter singular das eleições de outubro. “Teremos uma batalha eleitoral de grande porte, na qual veremos uma grande polarização no país. Será um cenário em que de lado estarão as forças que representam o retrocesso, um retorno ao neoliberalismo, enquanto do outro teremos uma defesa e a possível continuidade das conquistas obtidas ao longo do governo Lula.”

De acordo com Wagner, a CTB e o movimento sindical brasileiro não podem se abster de tomar posição nessa disputa. “Esse apoio será a continuidade do projeto político já deliberado pela CTB em seus 1º e 2º Congressos, sem deixar de levar em contas as críticas que temos feito a certos posicionamentos do governo”, destacou. Nesse sentido,



Resolução Política:


A CTB TEM LADO!


As eleições gerais de 2010 põem em confronto direto dois projetos políticos antagônicos. De um lado, a aliança de partidos, movimentos populares e setores sociais, defensores da continuidade e do aprofundamento das mudanças. De outro, a aliança conservadora e de direita das legendas e segmentos econômicos que sustentaram e se beneficiaram do governo neoliberal de FHC.

Em meio a essa polarização, a Direção Plena da CTB nacional, reunida em São Paulo para sua 5ª reunião ordinária, entende que o Brasil precisa aprofundar e desenvolver o ciclo de crescimento iniciado pelo atual governo, para continuar trilhando o caminho da soberania nacional, da democracia, da valorização do trabalho e da integração regional. Esse processo exige ampla unidade de forças políticas e sociais, em torno de uma plataforma de lutas e de uma candidatura com proposta programática que lhe sustente.

Nesse sentido, a CTB reconhece que, no campo progressista, a candidatura de Dilma Rousseff é a que reúne condições políticas efetivas para derrotar o candidato neoliberal do DEM/PSDB/PPS, José Serra, e dar novo impulso ao processo de mudanças inaugurado pelo presidente Lula e seus aliados.

A CTB, como uma das protagonistas na elaboração e realização da 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora Brasileira, não tem dúvidas sobre a necessidade imperiosa de evitar retrocessos políticos e de avançar no rumo das mudanças.

Não há meio termo nesse embate, no qual os trabalhadores têm posição bem definida. Por isso mesmo, a CTB, que representa seis milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o Brasil, fará parte dos esforços na busca pela eleição da primeira presidenta do Brasil.

Convicta dessa decisão e munida com sua independência política, a CTB, ao proclamar o apoio à candidata Dilma Rousseff, elege a plataforma programática da 2ª CONCLAT, a “Agenda da Classe Trabalhadora”, que aponta a execução de um novo projeto nacional de desenvolvimento soberano e sustentável, sistematizada em torno de seis eixos centrais para superarmos os graves obstáculos estruturantes em nosso país.

O Brasil, que já atravessou dois ciclos econômicos — o que formou o Estado nacional e o que introduziu o país na sua relativa industrialização a partir de 1930 —, precisa e pode dar um salto na direção de seu terceiro ciclo civilizacional.

Apesar de tais estágios terem alcançado dimensões estratégicas para a nação, não podemos constituir um novo padrão que repita os limites daqueles modelos. Não defendemos qualquer padrão de desenvolvimento, mas sim aquele que tenha em sua centralidade a valorização do trabalho. A realização dessa agenda só será possível com uma nova maioria política no Brasil e, para isso, a classe trabalhadora deve ser a maior protagonista política.

Dentro desses eixos, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, uma reforma tributária, reforma agrária que desconcentre a renda e a terra, além de uma política agrícola focada na agricultura familiar, continuarão sendo bandeiras importantes, das quais não abdicaremos na disputa política em curso.

Continuaremos também a defender o fortalecimento da organização sindical prevista no Art. 8º de nossa Constituição, destacando a unicidade sindical e o financiamento classista e autônomo das entidades sindicais, inclusive com a contribuição sindical e a mais repleta democracia nos locais de trabalho — sendo indispensável, para isso, a constituição e a legalização dos comitês sindicais de base.

Além do posicionamento que ora assumimos na disputa presidencial, também desenvolveremos esforços pela ocupação de espaços políticos mais amplos, nos diferentes níveis do Poder Legislativo. Apoiaremos a eleição de companheiros e companheiras com comprovada história e trajetória de lutas, a fim de garantirmos a mais ampla vitória política e eleitoral para os trabalhadores e o povo brasileiro.

Mãos à obra!!!



São Paulo (SP), 30 de junho de 2010.
Direção Plena da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Da Redação, com informações do Portal CTB

sexta-feira, 2 de julho de 2010

PCdoB-PI sela apoio a Wilson Martins em convenção estadual

O evento aconteceu na manhã desta quarta-feira (30) no Atlantic City.


Depois de definição em reunião do Comitê Estadual, o PCdoB-PI selou, oficialmente, o apoio à candidatura do governador Wilson Martins novamente para o Palácio de Karnak. O evento, que aconteceu no Atlantic City, reuniu centenas de militantes comprometidos em reeleger o governador.

A convenção lançou também a candidatura dos deputados federal Osmar Júnior e estadual Robert Rios, ambos pretendem dar continuidade à representação do Partido em nivel local e nacional.

O clima na convenção foi de confraternização e alegria. No mesmo local, aconteciam também as convenções do PSB, PT e PMDB, partidos aliados e que marcharão junto com o PCdoB também nas eleições proporcionais.

O evento culminou com a reunião das convenções de todos os partidos. Mais de 20 mil pessoas ovacionaram os candidatos defendidos pela coligação no espaço principal do Atlantic City. O governador Wilson Martins discursou para os presentes e disse que trará a mudança de 40 anos em apenas 4.

O palco ficou pequeno para candidatos e apoiadores enquanto um verdadeiro mar vermelho e amarelo agitava bandeiras e aclamava os nomes que representarão um futuro digno para o Piauí.